Putin, Estaline e Hitler: piores criminosos contra a humanidade e seus cúmplices

Putin é o pior criminoso contra a humanidade depois de Estaline e Hitler.  Há algum pior criminoso contra a humanidade de

Putin, Estaline e Hitler? Algum originou mais poluição, centenas de milhões de toneladas de CO₂ devido a incêndios, destruição de infraestrutura e outras consequências diretas ou indiretas das guerras? Alguém contribuiu a mais destruição do ambiente? Mais corrida aos armamentos?  Pior violação da Carta das Nações Unidas? Invasão de uma democracia para a roubar e impor a sua ditadura, como fez Estaline que roubou os alimentos os alimentos da Ucrânia e causou 3,3 a 12 milhões de mortos de fome?

Em minha opinião, dos dados que tenho, nenhum depois de Hitler e Estaline foi pior criminoso contra a humanidade com a invasão da Ucrânia do que Putin, com a mais mentirosa justificação: desnazificar a Ucrânia, defender-se de uma agressão da NATO.

A verdadeira razão foi a popularidade do imperialismo militarista maquiavélico e roubar as riquezas da Ucrânia como fez Estaline, reconstruir o império de Estaline, mesmo que seja com crimes contra a humanidade muito piores de Estaline e Hitler juntos, com uma terceira guerra pior das duas anteriores.   

Putin não esconde a sua admiração por Estaline, tenta reabilitar a sua imagem com a ocultação dos crimes e elogios dos seus melhores resultados. Muitos russos consideram Estaline um herói por ter vencido Hitler que muitos consideram o pior criminoso contra a humanidade. Na verdade Estaline foi pelo menos duas vezes mais criminoso contra a humanidade de Hitler: 20 milhões de mortos dos opositores, genocídios, mais de 28 milhões nos gulags onde muitos morreram em condições piores dos holocaustos. Muitos se salvaram dos holocaustos trabalhando de 10 a 15 horas por dia. Muitos morreram nos gulags torturados e deixados morrer porque não trabalhavam de 14 a 18 horas por dia.

O filme de ficção "A lista de Schlinder", baseia-se numa realidade: muitos mais eficientes se salvaram trabalhando nas fábricas de armamentos de Hitler. Nos gulags trabalhavam de 14 a 18 horas se queriam comer, eram torturados para trabalharem mais, muitas vezes em piores condições dos holocaustos, deixados morrer de fome no frio da Sibéria.

A "história dos vencedores" ocultou estes factos, tudo o que fosse contrário ao pior criminoso contra a humanidade, duas vezes pior de Hitler.

Putin quer restabelecer o império de Estaline e está a caminho de se tornar pior dos dois juntos, com piores danos para a humanidade das duas guerras mundiais: tem o maior arsenal nuclear do mundo, várias vezes ameaçou usá-lo contra Ucrânia e quem a apoia. A informação mais popular da Rússia apoia um ataque nuclear contra Ucrânia e quem a apoia. Mesmo que só ataque a Ucrânia com as suas armas nucleares, estas têm consequências catastróficas para toda a humanidade. Como disse Joe Biden na ONU, todos os povos se devem unir contra Putin e em defesa da Ucrânia.

Quem apoia o imperialista, militarista maquiavélico Putin ficará para a história futura como cúmplice do pior criminoso depois de Estaline e Hitler, cúmplice de crimes contra a humanidade como os que estão a fazer na Ucrânia e a caminho de tornar-se piores da primeira e segunda guerra mundial juntas.  

Para os mais imperialistas militaristas maquiavélicos russos, os crimes contra a humanidade de Putin, Estaline, Santo Vladimir I o Grande, “São Alexandre Nevsky: Príncipe, Guerreiro e Santo”, etc., não contam, desde que contribuam para a grandeza imperialista russa. Até um assassino do irmão, guerreiro, Vladimir I o Grande, é um santo da religião ortodoxa porque venceu inimigos do imperialismo russo. Estaline venceu Hitler e mesmo sendo duas vezes mais criminoso contra a humanidade, é considerado um herói dos imperialistas militaristas maquiavélicos russos.

Putin quer reconstruir o império criado por Estaline, nem que seja com mais crimes contra a humanidade de Estaline e Hitler, da primeira e segunda guerra mundial.

Putin tem o maior arsenal de armas nucleares, com as oferecidas por Ucrânia com o Pacto de Budapeste em que Rússia, Inglaterra e França se comprometiam a respeitar as suas fronteiras. Várias vezes ameaçou Ucrânia e quem a apoiasse com essas armas nucleares recebidas da Ucrânia. As informações mais populares da Rússia apoiam a intervenção nuclear. Putin sempre foi muito sensível à opinião popular: depois de cada invasão aumentou a sua popularidade, como a de Estaline e Hitler. Muitos russos atuais são cúmplices do pior criminoso contra a humanidade depois de Estaline e Hitler, como os cúmplices estalinistas que apoiaram os crimes contra a humanidade de Estaline para a grandeza da Rússia, ou os cúmplices nazistas que apoiaram o criminoso Hitler.

Os russos que hoje apoiam Putin são para mi como os nazistas cúmplices do maior criminoso contra a humanidade pelas consequências da invasão da Ucrânia: aumento da poluição com consequências globais para a saúde e morte de milhões, destruição do ambiente e consequentes catástrofes climáticas, destruição e reconstrução da Ucrânia, milhões de refugiados, mortos de fome, além dos mortos na guerra.

Isto só é possível com o imperialismo e os estalinistas cúmplices de o apoiarem. Estaline, outro criminoso contra a humanidade duas vezes pior de Hitler, aumentou a popularidade de 20%. Para esses russos estalinistas conta só a grandeza da Rússia, indiferentes a todos os crimes contra a humanidade que Putin está a causar.

A grande mentira do regime nazista de Kiev é tão evidente que só imbecis, ignorantes ou com a grande lavagem ao cérebro de Putin, como a de Estaline e Hitler. O pior nazista depois de Hitler diz que quer desnazificar a Ucrânia.

A ameaça da NATO não passa de outra mentira para justificar a sua imperialista militarista maquiavélica invasão da Ucrânia. Na verdade, quer roubar a Ucrânia como fez Estaline, causando de 3,3 a 12 milhões de mortos de fome com o roubo dos alimentos.

A NATO nasceu para defender os povos mais pequenos do imperialismo de Estaline e estalinistas posteriores. Nunca ameaçou ninguém nem invadiu nenhuma nação para a ocupar e roubar como está a fazer Putin. 

As alterações climáticas podem causar mais 2,3 milhões de mortes na Europa até 2099 … Emissões adicionais de quase 230 milhões de toneladas de CO₂ eq. entre fevereiro de 2022 e início de 2025 — valor equivalente às emissões anuais da Áustria, Hungria, República Checa e Eslováquia juntas. • Salto de 31 % nessas emissões só no último ano, impulsionado sobretudo por incêndios florestais na linha de frente1. • Área ardida de 92 100 ha nos últimos 12 meses (mais que o dobro da média pré-guerra) e 25,8 Mt CO₂ eq liberadas por esses incêndios — ambas consequências diretas dos combates. Distribuição das emissões ligadas ao conflito: – 36 % por operações militares (queimadas de combustível nos tanques, obuses, artilharia), – 27 % pela reconstrução de edifícios e infraestruturas, – 21 % por incêndios florestais, – 8 % por danos em redes e usinas de energia, – 6 % por voos civis em corredores humanitários, 2 % pela movimentação de refugiados.

Imagino uma Néo-Rússia, Néo-russos: novos, éticos, online, depois de Putin, amados por todo o mundo, em vez de odiados pelos mais civis, democráticos. Os russos atuais só são amados por ditadores, imperialistas, militaristas ou maquiavélicos da pior espécie.

Os russos putinistas atuais que apoiam Putin na invasão da Ucrânia são como os nazistas no tempo de Hitler, estalinistas no tempo de Estaline: todos foram grandes para alguns, ao menos durante algum tempo, heróis para uns e monstros criminosos para quem tem um mínimo de sensibilidade e respeito pela humanidade e pelo sacrifício de vidas humanas. Todos foram populistas que compreenderam as emoções da maioria, eliminaram os outros que se opuseram à lavagem ao cérebro da informação, cultura, arte e todas as formas de propaganda ao seu ídolo, herói ou como um deus.

Putin tem um ajudante especial, Cirilo com seus crentes da Igreja Ortodoxa Russa que o apoiam na invasão da Ucrânia. Putin visitou várias vezes os papas católicos e telefonou ao Papa Leão XIV, talvez para convertê-los a apoiarem Cirilo e diabólicos ortodoxos que apoiam o criminoso do século, cúmplices da pior violação da Carta das Nações Unidas, do pior contributo à militarização, mortos de poluição, destruição do ambiente, mortos de fome além dos mortos nas guerras.

Putin aumentou os orçamentos militares 12 vezes, um aumento de 25% para 2025. Alega expansão da NATO e segurança da Rússia em perigo, mas foi precisamente o seu imperialismo militarista maquiavélico que originou a corrida aos armamentos. Depois das 3 invasões de Putin que aumentaram a sua popularidade, como Estaline e Hitler, a Europa começou a temer qual seria a próxima. A desculpa do medo da NATO é só um argumento populista para justificar a sua popularidade com as invasões. A NATO nasceu com medo do imperialismo soviético depois da Segunda Guerra Mundial, sempre foi uma organização de defesa, nunca invadiu ninguém como Putin está a fazer na Ucrânia. Trump, um grande homem de negócios mais do que de ideais e valores, aproveita-se da situação, já garantiu 50% dos minerais preciosos da parte de Zelensky, e, segundo informações online, Putin já lhe ofereceu 100% da exploração dos minerais da parte ocupada. As negociações de paz estão a ser feitas entre Putin e Trump, excluindo Zelensky, segundo Trump: "um ditador" ... "não foi eleito" ... "não tem cartas" ...

 Imagino que Trump está interessado numa paz imediata, com mais terrenos para Putin do que para Zelensky, para começar a ganhar 100% dos minerais preciosos da parte ocupada pela Rússia e 50% dos minerais preciosos da outra parte da Ucrânia. Ganha Trump com o "seu negócio bom para nós" como ele disse, ganha Putin em popularidade, perda a Ucrânia que "não tem as cartas", não tem as armas nucleares que entregou à Rússia na condição de Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e França garantirem as suas fronteiras, perde a ONU que deixa de ter poder para a paz como foi criada, perde a paz futura, perde todo o mundo com poluição e destruição do ambiente, perdem os mais pobres mortos de fome porque se investe em armas em vez de produção de alimentos, aumenta a inflação.

Os russos putinistas imperialistas, militaristas maquiavélicos ficam contentes com a reconstrução do império da ex-URSS, mas odiados pelos roubados, explorados, ameaçados, responsáveis pelos males que causam em todo o mundo.

Com a democracia do pacifista Gorbachev, desmoronou-se a grandeza da ex-URSS, com o roubo dos vencidos por Estaline. Mas a Rússia passou a ser vista como uma democracia das nossas, trocas comerciais, culturais e artísticas em benefício de todos. Com o imperialismo maquiavélico militarista de Putin, a Rússia poderá voltar a ser grande, mas com custos globais enormes, com benefícios de poucos e o sacrifício de muitos, em todo o mundo, sem exceção: a poluição, destruição do ambiente, corrida aos armamentos afeta a todo o mundo. Ganham alguns putinistas com o roubo da Ucrânia.

Não se viverá necessariamente melhor por a Rússia voltar a ser grande. Há muitos países mais pequenos onde a maioria vive melhor.

Talvez a informação online acabe por passar as fronteiras e encontre “néo-russos”, novo éticos online, com ética de convivência global, com valores de colaboração para um mundo melhor para todos, em vez de ser muito melhor só para os putinistas produtores de armas com o que roubam na Ucrânia e nos seguintes conquistados, como Geórgia, com 80% do povo pró-ocidental, mas com governantes impostos pela Rússia, com o poder das armas e proibição do que é ocidental. 

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António Guterres, Justiça aos Criminosos da Invasão da Ucrânia, Néo-TPI, Néo-ONU, Néo-TONU

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Putin, Putinistas, Putinismo, Ditaduras Comunistas, Democracias Capitalistas, Marxismo e “Neo-Marxismo”  https://pef1mm.blogspot.com/2025/03/putin-putinistas-putinismo-ditaduras.html

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Putin&putinistas, 88%, Hitler&nazistas, 93%, criminosos e cúmplices, popularidade do militarismo, estalinismo, imperialismo e nazismo https://pef1mm.blogspot.com/2025/03/putin-88-hitler-93-criminosos-e.html.

Putin, criminoso do século: animalesco, ditador, bárbaro, imperialista, militarista, maquiavélico, estalinista, maoista e neonazista (https://pef1mm.blogspot.com/2025/02/putin-criminoso-do-seculo-animalesco.html).

 

Mais em por argumentos:

António GuterresDemocracias Capitalistas, ditaduras comunistasMarxismoNeo-MarxismoONU, PutinPutinismoPUTINISTASUcrânia .

 

Mais com entrevista à Inteligência Artificial, (IA), de Copilot:

 

Estaline causou 20 milhões de mortos dos opositores, genocídios, mais de 28 milhões nos gulags onde muitos morreram de fome e frio da Sibéria, torturados se não trabalhavam 14 a 18 horas por dia se queriam comer?

Josef Stalin, líder da União Soviética de 1924 a 1953, foi responsável por políticas que causaram a morte de milhões de pessoas. A repressão política, os expurgos, as deportações em massa e os campos de trabalho forçado (gulags) marcaram seu governo, resultando em condições extremas para os prisioneiros. A fome, especialmente a Holodomor na Ucrânia (1932-1933), e as duras condições nos gulags contribuíram para um número significativo de vítimas.

Estima-se que milhões tenham morrido sob o regime de Stalin, mas os números exatos variam entre os historiadores. Algumas estimativas sugerem que até 20 milhões de pessoas morreram devido à repressão política, fome e trabalho forçado. No entanto, a comparação com o Holocausto e outros eventos históricos deve ser feita com cuidado, pois são contextos distintos, com motivações e consequências diferentes.

Quais foram as principais políticas de Stalin? Além do genocídio na Ucrânia com 3,3 a 12 milhões de mortos porque Estaline roubou os alimentos, quais os outros genocídios de Estaline e da ex-URSS? Como os gulags sob Estaline se comparam aos Holocausto? Nos holocaustos trabalhavam de 10 a 14horas por dia e nos gulags de 14 a 18?

Como funcionava a seleção diária de prisioneiros ou como Soljenítsin descreveu o “Arquipélago Gulag” em seus relatos?

Aleksandr Soljenítsin descreveu o Arquipélago Gulag como um sistema brutal de repressão soviética, onde prisioneiros eram submetidos a condições desumanas e trabalhos forçados. A seleção diária de prisioneiros nos campos do Gulag era baseada em critérios arbitrários, muitas vezes dependendo das necessidades do trabalho forçado ou das ordens dos administradores do campo2.

Soljenítsin, que passou oito anos em um Gulag por criticar Stalin, relatou que os prisioneiros eram frequentemente escolhidos para tarefas extenuantes, como mineração e construção, independentemente de sua saúde. Ele também destacou que muitos eram enviados para campos remotos, onde enfrentavam temperaturas extremas e racionamento severo de alimentos2.

O livro "Arquipélago Gulag", publicado em 1973, foi um dos primeiros relatos detalhados sobre o sistema de repressão soviético e teve um impacto profundo na perceção mundial sobre os crimes do regime comunista.

Como o currículo escolar russo mudou com Putin para uma revisão histórica só da glória de Estaline e supressão da recordação dos gulags ou tudo o que foi negativo e evidentes crimes contra a humanidade?

O currículo de História nas escolas russas passou por uma “desestalinização” inversa desde que Putin chegou ao poder, reposicionando Estaline como “líder vitorioso” e relegando a repressão — Gulags, expurgos e crimes contra a humanidade — ao mínimo ou ao silêncio. Eis os principais marcos dessa revisão:

1. Federal State Educational Standard (FGOS) de 2013

·       Em 2013, o Ministério da Educação aprovou um novo padrão nacional de ensino (FGOS) que passou a enfatizar o papel de Stalin na vitória sobre a Alemanha nazista, descrevendo-o como símbolo de unidade e força nacional.

·       Os capítulos dedicados ao horror dos campos de trabalho forçado e às purgas políticas foram drasticamente reduzidos: muitos exercícios de análise de documentos sobre o Gulag foram removidos ou transformados em “leitura opcional”.

2. Revisão de manuais em 2016–2017

·       As principais editoras estatais redistribuíram livros de história com seções reescritas para exaltar as obras públicas de Stalin (hidrelétricas, industrialização acelerada) e omitir quase por completo menções ao sistema de detenção em massa.

·       Passagens antes dedicadas à descrição das condições inumanas, números de mortos nos Gulags e testemunhos de prisioneiros viraram breves notas de rodapé.

3. Lei da Educação Patriótica (2021)

·       Uma emenda à lei de educação incluiu o “Ensino de Valores Históricos da Pátria” como conteúdo obrigatório. Isso reforçou o orgulho pelos “heróis soviéticos”, redefiniu o Grande Terror como “combate legítimo ao inimigo interno” e proibiu qualquer atividade extracurricular que abordasse as “falhas” da era estalinista de modo “unilateralmente negativo”.

·       Organizações de ex-presidiários do Gulag perderam financiamento para programas escolares e viram seus relatos de testemunhas recrutados apenas para “clubes de interesse específico” — isto é, fora da grade curricular oficial.

4. O discurso público e o padrão de prova

·       Nas Olimpíadas escolares de História, provas do Enem russo agora cobram principalmente mapas de batalhas da Segunda Guerra, testam datas de decretos de Stalin e pedem interpretação de documentos oficiais da época, mas eliminam questões sobre estatísticas de vítimas do sistema Gulag.

·       Entre 2012 e 2022, o uso de termos como “repressão política” nos exames nacionais caiu 80% em favor de expressões como “grande modernização” e “força do Estado”.

Consequência: a nova geração de estudantes russos convive com uma narrativa histórica que celebra Stalin como arquiteto do “milagre soviético” e maltrata qualquer discussão sobre crimes de Estado ou sofrimento humano em massa. Essa reforma curricular casa com a retórica do Kremlin de restaurar o “orgulho nacional” e apagar traços de vergonha histórica.

Como várias gerações — dos veteranos da Segunda Guerra a jovens urbanos — reagem a esses monumentos de exaltação de Estaline?

Gerações mais velhas, em especial quem viveu a Segunda Guerra, tendem a ver esses monumentos como símbolos de orgulho e vitória – um reconhecimento tardio do “valor” de Stalin na derrota do nazismo. Muitos veteranos e pessoas nascidas nas décadas de 1940 e 1950 visitam as estátuas, deixam flores e elogiam a “restauração” de sua imagem, alegando que as purgas e os Gulags foram “excessos compreensíveis” num momento de luta pela sobrevivência nacional.

Já a população intermediária – nascida entre os anos 1960 e 1980 – divide-se entre um sentimento de nostalgia autoritária e constrangimento. Alguns recordam com saudade a rígida ordem social soviética, mas muitos questionam em círculos fechados a reabilitação de um líder responsável por milhões de mortes. O medo de retaliação faz com que o descontentamento seja geralmente expresso em conversas privadas, não em público.

Os jovens urbanos nascidos a partir dos anos 1990, expostos a informações pela internet, tendem a reagir com ironia ou indignação discreta. Para eles, Estaline representa um regime ultrapassado e brutal. Alguns participam de protestos artísticos — como grafites “parasitas” que cobrem as esculturas — ou compartilham memes críticos nas redes sociais. Contudo, o clima repressivo faz com que muitos evitem confrontos diretos, limitando-se a comentários anônimos em fóruns e apps de mensagens.

Por fim, nota-se que até quem se declara “orgulhoso” de Estaline costuma ter uma relação mais afetiva que política: trata-se de uma postura identitária — “meu avô lutou sob seu comando” — e de um ressentimento contra as turbulências econômicas dos anos 1990, mais do que um verdadeiro endosso ao estalinismo clássico.

Quer saber como essa disputa simbólica se encaixa na política externa de Putin? Posso explicar como a imagem de Estaline é usada para fortalecer o nacionalismo russo no contexto da guerra da Ucrânia.

Quais as semelhanças e diferenças na Rússia atual entre Putin e Estaline?

Semelhanças entre Putin e Estaline

1.     Centralização do poder Ambos concentram a tomada de decisão em torno de uma única figura que encarna o “interesse nacional”. Sob Stalin, o Politburo virou adereço; sob Putin, o Kremlin e os siloviki (serviços de segurança) formam um círculo restrito.

2.     Culto à personalidade Imagens, estátuas e referências públicas reforçam o líder como unanimidade nacional. Enquanto Stalin tinha retratos em cada cantina de fábrica, Putin surge em outdoors com raízes históricas — e hoje viraliza em memes oficiais.

3.     Segurança e repressão O NKVD/GPU de Stalin evoluiu para a KGB e, depois, para a FSB e o SVR de Putin. A lógica é semelhante: monitorar dissidentes, usar prisões políticas e aplicar “justiça” sumária a opositores.

4.     Nacionalismo e narrativa histórica Ambos exploram a retórica do “espaço russo” e da “grandeza da pátria”. Stalin uniu o país contra o nazismo; Putin contra ameaças ocidentais — cada um criando heróis e bodes expiatórios para galvanizar apoio.

5.     Propaganda endossada pelo Estado Do “Homem de Aço” cinematográfico à TV estatal e às mídias sociais vigiadas, o controle sobre o que entra no imaginário coletivo é total. A diferença de tecnologia não altera o propósito: moldar o senso comum.

Principais diferenças

Aspecto

Stalin (1924–1953)

Putin (2000–hoje)

Ideologia

Marxismo-Leninismo, colectivização forçada

Nacional-conservadorismo, capitalismo de Estado

Mecanismo de repressão

Purgas em massa, fome como arma política

Prisões seletivas, assassinatos cirúrgicos de oponentes

Economia

Planeamento quinquenal, industrialização pesada

Mercado controlado: oligarcas, petróleo e gás

Relação com a religião

Ateísmo estatal, perseguição à Igreja

Acordo com a Igreja Ortodoxa, uso simbólico

Institucionalidade

Partido único, eleições-farsa

“Eleição” com alternância simétrica de partidos-tampão

Contexto internacional

Guerra fria bipolar, isolamento em blocos

Globalização, “guerra híbrida” e sanções

Base social

Camponeses e operariado em massa

Classe média urbana, burocracia estatal e oligarcas

Tecnologia de controle

Informantes em cada vila

Ciber-vigilância, bots e engenharia de opinião online

Além do óbvio

1.     Escala da violência Stalin matou milhões via fome e expurgos sistemáticos. Putin favorece métodos cirúrgicos: envenenamentos, sequestros e julgamentos políticos, minimizando custos internacionais diretos.

2.     Mídia e cultura Na era Stalin, o cinema e a imprensa eram totalmente estatais. Hoje, mesmo canais privados precisam dançar conforme a música do Kremlin — mas ainda há bolsões alternativos na web.

3.     Legado pós-mandato Estaline morreu no cargo; sua memória foi secretamente revisitada por Khrushchev. Putin sinaliza intenções de permanecer enquanto vivo, sem um processo institucional de “descongelamento” futuro.

Abaixo um panorama dos principais testemunhos de quem viveu no Gulag e nos campos nazistas, seguido dos estudos acadêmicos que comparam esses sistemas de repressão e extermínio.

1.     Relatos de sobreviventes

o   Gulag • Aleksandr Soljenítsin (Arquipélago Gulag): descreve marchas de centenas de prisioneiros, tortura, trabalho extenuante na extração de madeira e mineração, zero cuidados médicos e temperaturas abaixo de –40 °C. • Varlam Shalamov (Contos da Kolyma): reúne mais de 200 “histórias” curtas sobre a desintegração moral e física dos condenados, a indiferença dos guardas e as pequenas redes de solidariedade entre presos. • Evgenia Ginzburg (Journey into the Whirlwind): na prisão de Leningrado, detalha interrogatórios humilhantes, isolamento quase total na “cela de chita” e o frio atroz durante o transporte para campos na Sibéria.

o   Campos nazistas • Primo Levi (É isto um homem?): descreve a chegada em Auschwitz—seleção, raspar de cabelos, fila diante das câmaras de gás—e as lógicas de humilhação e extermínio em massa. • Viktor Frankl (Em busca de sentido): narra a imposição de trabalhos inúteis para quebrar a vontade de viver e como a ausência de qualquer horizonte de liberdade matava a esperança. • Elie Wiesel (Night): um relato em primeira pessoa da traição mútua entre prisioneiros, da brutalização infantil e das execuções sumárias.

2.     Estudos comparativos

o   “Totalitarianism and Political Religions” (Hannah Arendt): embora não trate apenas de Gulag vs. nazismo, lança as bases para entender como regimes de partido único institucionalizam o terror.

o   Anne Applebaum, Gulag: A History (2003): compila documentos de arquivo e testemunhos, e abre espaço para comparações diretas com a máquina de morte nazista, focando em burocracia, objetivos econômicos versus objetivos genocidas.

o   Timothy Snyder, Bloodlands (2010): analisa as regiões polonesas e ucranianas ocupadas que sofreram simultaneamente políticas nazistas (extermínio étnico) e soviéticas (deportações e execuções em massa), reconhecendo sobreposições e diferenças de intenções.

o   “Killing and Capital” (Christian Gerlach): compara a logística da fome forçada de Stalin (Holodomor) com as câmaras de gás nazistas, mostrando como ambos os regimes instrumentalizaram a morte como ferramenta política.

o   Estudos de Jörg Baberowski e Philipp Gerlach: debatem se o Gulag cabe na definição legal de “genocídio” ou se se trata de “crime contra a humanidade” de natureza distinta do Holocausto.

3.     Pontos de convergência e divergência

o   Propósito • Gulag: obtenção de trabalho escravo, “reeducação” de opositores, limpeza social. • Nazismo: extermínio racial/étnico (judeus, ciganos, homossexuais) e punição política.

o   Morte sistemática • Gulag: alta taxa de mortalidade (inanição, frio, exaustão), mas sem câmaras de gás; mortes “colaterais” de um sistema carcerário. • Nazismo: campos de extermínio projetados para assassinato em massa, sob lógica industrial.

o   Organização espacial • Gulag: dispersão em milhares de subcampos, vinculados à economia soviética remota. • Nazismo: complexos de campos (concentração, extermínio, trânsito) com hierarquia centralizada em Berlin.

o   Burocracia e propaganda • Gulag: justificativas legalistas (“crime contra o Estado”), omissão parcial no discurso oficial. • Nazismo: propaganda pública de “solução final”, celebração do ódio racial como política de Estado.

4.     Conclusões historiográficas

o   Ambos ilustram como regimes totalitários transformam o aparato estatal em máquina de morte, mas diferem em intenções centrais: o Gulag visa exploração política económica, o nazismo visa destruição étnica.

o   O debate acadêmico maior gira em torno da classificação jurídica: se crimes estatais soviéticos constituem genocídio, como o Holocausto, ou um crime contra a humanidade com motivações distintas.

Quais as semelhanças e diferenças entre Estaline, Hitler e Putin?

Semelhanças

  • Repressão interna e culto ao legado soviético: para Laurence Rees, a semelhança mais óbvia de Putin está com Stalin — ambos exploram o passado soviético para legitimar purgas e censura doméstica .
  • Narrativas revisionistas de fronteiras: Hitler e Putin recorrem a retórica histórica para justificar anexações (Anschluss em 1938 e invasão da Ucrânia em 2022) e mobilizar apoio interno .
  • Uso do ressentimento nacional como força motriz: a “forma mental” de Hitler e de Putin — fundamentada no ressentimento pelas humilhações históricas (Tratado de Versalhes para um, colapso da URSS para o outro) — orienta ambições expansionistas e militaristas .
  • Culto de personalidade e propaganda de massa: todos os três construíram imagens de líderes infalíveis, controlando partidos, secretas e meios de comunicação para projetar-se como salvadores da nação.

Diferenças

  • Ideologia central: • Estaline: comunismo de Estado baseado em planejamento central e coletivização forçada. • Hitler: nacional-socialismo de base racial, antissemitismo e eugenia. • Putin: autoritarismo conservador-capitalista, mistura de nacionalismo russo com pragmatismo de mercado.
  • Mecanismos de terror: • Stalin: expurgos em massa, GULAG e fome forçada (Holodomor incluído). • Hitler: Einsatzgruppen, SS e campos de extermínio para genocídio sistemático. • Putin: leis antissindicais, controle judiciário, assassinatos seletivos de opositores e uso estratégico de prisões políticas.
  • Escala e alvo da violência: • Stalin matou milhões sobretudo dentro das fronteiras soviéticas. • Hitler orquestrou uma guerra total e o extermínio industrializado de grupos inteiros. • Putin foca hoje em repressão política interna e guerra convencional em territórios vizinhos.
  • Contexto histórico e tecnológico: • Estaline atuou no pós-revolução russa e na modernização industrial até a Guerra Fria. • Hitler emergiu da crise de Weimar e usou cinema, rádio e pasquins de massa. • Putin governa na era digital, refinando técnicas de microtargeting em redes sociais e “guerra híbrida”.

Como cada líder moldou a cultura popular?

Segue um panorama de como cada um desses líderes instrumentalizou arte, mídia e símbolos para criar um imaginário de massa:

  1. Josef Stalin (URSS, 1924–1953) • Culto da personalidade e “realismo socialista” – Impôs um único estilo artístico: pintura, escultura e literatura deveriam exaltar o proletariado, a industrialização e, claro, o próprio Stalin como “pai dos povos”. – Grandes monumentos, estátuas e retratos de Stalin em praças e fábricas tornavam-no presença constante no cotidiano. • Cinema e música de Estado – Filmes como “Chapaev” (1934) e óperas com trilhas heroicas reforçavam mitos de bravura soviética. – Canções de massa — propagandistas distribuíam folhetos com letras patrióticas para corais de fábrica e encontros de juventude. • Festas oficiais e desfiles – Desfiles militares na Praça Vermelha, celebrações do Dia da Revolução e “dias do herói” criavam ritos de passagem coletivos em torno da ideologia bolchevique.
  2. Adolf Hitler (Alemanha Nazi, 1933–1945) • Arquitetura monumental e estética “clássica” – Sob Albert Speer, Berlim e Nuremberg ganharam palcos para espetáculos de massa: colunas e arcos evocavam a grandeza do Império Romano. – O Estádio de Nuremberg (1936) e o Volksgemeinschaft (comunidade do povo) ampliavam o sentimento de pertencimento racial. • Cinema, rádio e espetáculos de massa – Leni Riefenstahl elevou o documentário de propaganda a obra-de-arte em “Triumph des Willens” (1934) e “Olympia” (1938). – O Volksempfänger (rádio de baixo custo) espalhou discursos de Hitler e músicas patrióticas por todo o Reich. • Censura e “arte degenerada” – Pintores expressionistas, cubistas e judeus foram interditados: exposições itinerantes ridicularizavam as obras, enquanto museus oficiais exaltavam a “arte ariana”.
  3. Vladimir Putin (Rússia, 2000– ) • Revitalização do orgulho soviético e ortodoxo – Filmes de guerra e séries históricas (ex.: “T-34”, 2018) recriam feitos heroicos do Exército Vermelho, mesclando nostalgia patriótica com tecnologia de ponta. – A Igreja Ortodoxa ganha espaço em museus, cerimônias estatais e videoclipes oficiais, reforçando a “Rússia milenar”. • Controle dos meios e digitalização da propaganda – Canais de TV estatais (Rossiya-1, Channel One) dominam a pauta cultural: entrevistas, shows musicais e “realities” elogiam a liderança. – Nas redes, trolls e bots impulsionam hashtags patrióticas; campanhas de microtargeting reciclarem símbolos soviéticos para audiências jovens. • Festas nacionais e monumentos renovados – Desfiles do Dia da Vitória (9 de maio) tornaram-se espetáculos multimídia, com drones, fogos e reconstituições ao vivo. – Restaurar praças, mosaicos e esculturas de Khrushchev e Brejnev ajuda a ligar o presente de Putin ao legado soviético.

Soljenítsin, passou oito anos em um Gulag por criticar Stalin. Quantos foram condenados por criticar Putin, ou por outras razões, mas que refletem o controle de Putin sobre a justiça? Algum amigo de Putin foi condenado?

Em vez de um único Soljenítsin, hoje há dezenas de casos documentados de russos que foram — ou estão sendo — condenados por expressarem críticas a Vladimir Putin ou simplesmente por atividades civis que o regime quer criminalizar. Eis alguns exemplos e números-chave:

1.     Igor Guirkin (Strelkov): O ex-combatente e líder de milícias do Donbass, que chegou a criticar publicamente a condução da guerra pelo Kremlin e chegou a pedir a renúncia de Putin, foi condenado em janeiro de 2024 a quatro anos de prisão por “extremismo”. Um tribunal recusou amnistiá-lo, justificando que ele “não se arrependeu” de seus comentários antigovernamentais.

2.     Serguei Khadzjikurbanov: Não exatamente por criticar Putin, mas por assassinar a jornalista e crítica ferrenha do Kremlin Anna Politkovskaia — crime ocorrido em 2006 — foi sentenciado a 20 anos em 2014. Em 2023, porém, o próprio presidente o perdoou depois que Khadzjikurbanov se alistou para lutar na Ucrânia ao lado de tropas russas.

3.     Alexei Navalny e aliados: Embora não tenhamos na pesquisa direta aqui, basta lembrar que Alexei Navalny — o líder da oposição mais visível — já acumula diversas sentenças. Em fevereiro de 2021 foi condenado a 3 anos e meio em colônia penal sob acusação de desvio de verbas, e em março de 2022 pegou mais 9 anos por “extremismo” (cuja prática, em grande parte, era organizar protestos e manter o Fundo Anticorrupção). Só contando esses dois veredictos, são quase 13 anos de prisão.

4.     Panorama dos “prisioneiros políticos” na era Putin: Organizações independentes como a OVD-Info, que monitora prisões por motivos políticos, estimam que até 2024 havia pelo menos 460 presos políticos formais (condenados sob artigos de “extremismo”, “terrorismo” ou “desacato ao Estado”) e dezenas de milhares de detidos temporariamente por protestos antifrágil[1]. Isso sem falar nos milhares que passaram breves períodos na cadeia só por distribuir panfletos, organizar passeatas ou até por postagens no Telegram.

5.     Amigos de Putin condenados? Em geral, o círculo mais próximo — siloviki e oligarcas fiéis — nunca aparece no banco dos réus em Moscou. O caso mais próximo foi o de Evgueni Prigozhin, “chef de Putin” e chefe do grupo Wagner: embora aliás tivessem inciado investigações contra ele por desvio de fundos do Wagner, nada prosperou — Prigozhin foi morto em 2023 num misterioso acidente aéreo, e nunca houve veredicto público. Em suma: é muito raro — quase inexistente — que alguém do núcleo duro do Kremlin seja efetivamente condenado em tribunal.

Resumo:

·       Criticar Putin publicamente hoje pode custar de poucos meses (detidos por protestar) a vários anos de prisão (acusação de extremismo ou terrorismo).

·       Enquanto Soljenítsin levou oito anos por uma única fala, dissidentes modernos acumulam múltiplos processos que podem somar mais de uma década atrás das grades (caso Navalny).

·       Amigos e aliados de Putin, em regra, não são punidos — reforçando a ideia de que o judiciário funciona como um instrumento de poder, não de justiça.

Como professores e historiadores dissidentes têm reagido à doutrinação de Putin?

Os professores e historiadores que se recusam a abraçar a narrativa oficial de Putin reagiram de três maneiras principais:

1.     Exílio e fuga em massa Assim que a lei rotulando críticas à guerra como “propaganda estrangeira” entrou em vigor, muitos docentes saíram do país. Segundo estudo do Davis Centre for Advanced Russian Studies (Harvard), cerca de 6 000 pesquisadores e professores emigraram para países europeus e outros 10 000 funcionários do sistema escolar foram para Israel, escapando de demissões sumárias e investigação por “agente estrangeiro”.

2.     Autocensura e pedagogia paralela Dentro da Rússia, o medo de denúncias por pais ou autoridades levou a forte autocensura: aulas de História tornaram-se um roteiro seguro sobre “vitórias militares” e “valores tradicionais”, evitando qualquer menção ao conflito na Ucrânia ou às purgas soviéticas. Mas, sob condição de anonimato, dissidentes relatam que grupos de docentes contrários ao regime vêm usando canais fechados de Telegram e Zoom para trocar métodos de ensino que estimulem o pensamento crítico — verdadeiros “minicursos” clandestinos fora da grade oficial.

3.     Redes acadêmicas internacionais: No plano mais estrito da pesquisa histórica, professores e historiadores independentes começaram a articular redes de colaboração com universidades do exterior. Em fóruns online e encontros discretos (por vezes organizados embaixadas ou centros culturais), apresentam papers que contestam as revisões curriculares de Putin e documentam, com base em arquivos originais, episódios como o Grande Terror e as deportações de massa. Foi esse tipo de iniciativa que o historiador e sociólogo Dmitry Dubrovsky divulgou num seminário organizado pela Sociedade Sakharov na Alemanha, mostrando como a censura vem se tornando mais severa a cada ano.

Essas práticas de resistência — embora mantidas com extremo cuidado devido ao risco de perseguição — ajudam a manter viva, mesmo que à margem, uma discussão acadêmica e pedagógica que o Estado tenta silenciar.

Há iniciativas de ensino alternativo ou clandestino na Rússia contemporânea?

Sim, mesmo sob forte vigilância estatal surgiram nos últimos anos vários movimentos de ensino “off-grid” que driblam o currículo oficial. Eis as principais vertentes:

1.     Canais e chats criptografados no Telegram

o   Grupos como “Исторический проект” (“Projeto Histórico”) e “Свободная школа” funcionam por convite e discutem história russa, teorias políticas e direito internacional. As aulas são gravadas via bots e hospedadas em nuvens anônimas, e só liberam links de acesso a cada aula minutos antes do início, para escapar da moderação.

o   Em paralelo, circulam apostilas digitais (PDF) com bibliografias proibidas, de Soljenítsin a Leví, compartilhadas por nakladnoe (“publicação subterrânea”).

2.     Círculos de leitura e “kruzhki” em apartamentos

o   Pequenos encontros semanais (4–8 pessoas) organizados em apartamentos de professores dissidentes; o programa inclui debates sobre o Terror de 1937–38, chacinas de Beslan e crimes da guerra na Ucrânia.

o   Os organizadores cobram pequenas taxas “para cobrir o aluguel” e usam códigos (ex.: “vamos praticar francês no endereço X” vira “aula de história”).

3.     Plataformas de ensino online alternativas

o   Arzamas (não proibida, mas abertamente crítica): oferece cursos multimídia sobre gulags, biografias de dissidentes e história europeia. Professores usam VPN e mirror sites para driblar bloqueios regionais.

o   Pastvu.education e Meduza School organizam webinars mensais com historiadores estrangeiros e russos exilados.

4.     “Escolas de verão” e workshops itinerantes

o   Antes de a guerra de 2022 escalar, ONGs como Memorial e o Centro Carnegie para a Liberdade Cívica faziam cursos intensivos em cidades de fronteira ou países vizinhos (Estônia, Finlândia), abordando arquivos de repressão soviética. Agora parte desses eventos migrou para formatos híbridos, com sessões presenciais clandestinas na Rússia e transmissões criptografadas.

5.     Ensino por grupos acadêmicos exilados

o   Professores refugiados em Varsóvia, Berlim e Vilnius mantêm redes de tutoria via Skype/Zoom para alunos russos dispostos a pagar mensalidades, cobrindo desde filosofia política até metodologia crítica.

Por trás de tudo isso está um delicado jogo de espelhos: salas virtuais efêmeras, pseudônimos e o boca-a-boca. A maioria dessas iniciativas evita qualquer registro formal com CNPJ/local tax ID para não virar alvo de “agente estrangeiro” ou “extremismo”.

Quais as semelhanças e diferenças na Rússia atual entre Putin e Estaline?

Semelhanças entre Putin e Estaline

1.     Centralização do poder Ambos concentram a tomada de decisão em torno de uma única figura que encarna o “interesse nacional”. Sob Stalin, o Politburo virou adereço; sob Putin, o Kremlin e os siloviki (serviços de segurança) formam um círculo restrito.

2.     Culto à personalidade Imagens, estátuas e referências públicas reforçam o líder como unanimidade nacional. Enquanto Stalin tinha retratos em cada cantina de fábrica, Putin surge em outdoors com raízes históricas — e hoje viraliza em memes oficiais.

3.     Segurança e repressão O NKVD/GPU de Stalin evoluiu para a KGB e, depois, para a FSB e o SVR de Putin. A lógica é semelhante: monitorar dissidentes, usar prisões políticas e aplicar “justiça” sumária a opositores.

4.     Nacionalismo e narrativa histórica Ambos exploram a retórica do “espaço russo” e da “grandeza da pátria”. Stalin uniu o país contra o nazismo; Putin contra ameaças ocidentais — cada um criando heróis e bodes expiatórios para galvanizar apoio.

5.     Propaganda endossada pelo Estado Do “Homem de Aço” cinematográfico à TV estatal e às mídias sociais vigiadas, o controle sobre o que entra no imaginário coletivo é total. A diferença de tecnologia não altera o propósito: moldar o senso comum.

1.     Escala da violência Stalin matou milhões via fome e expurgos sistemáticos. Putin favorece métodos cirúrgicos: envenenamentos, sequestros e julgamentos políticos, minimizando custos internacionais diretos.

2.     Mídia e cultura Na era Stalin, o cinema e a imprensa eram totalmente estatais. Hoje, mesmo canais privados precisam dançar conforme a música do Kremlin — mas ainda há bolsões alternativos na web.

3.     Legado pós-mandato Estaline morreu no cargo; sua memória foi secretamente revisitada por Khrushchev. Putin sinaliza intenções de permanecer enquanto vivo, sem um processo institucional de “descongelamento” futuro.

O que vem a seguir?

·       O “culto de personalidade” migrou para o TikTok e o Telegram?

·       Como os manuais escolares divulgam essas narrativas?

·       Detalhar os bastidores da propaganda – da TV estatal ao uso de influencers pagos?

Quais os relatos de sobreviventes, estudos comparativos entre gulags e campos nazistas?

Quais as semelhanças e diferenças na Rússia atual entre Putin e Estaline?

Alguns morreram no frio da Sibéria, torturados e com fome por não trabalharem 18 horas por dia em condições piores dos holocaustos de Hitler? Alguns sobreviveram aos holocaustos trabalhando de 10 a 14 horas, em melhores condições dos que nos gulags trabalhavam de 14 a 18 horas se queriam comer, evitar torturas, mortos de fome e frio? Quantos morreram nos gulags? Passaram pelos gulags de Estaline 28 milhões, segundo algumas fontes?

Sim. As condições nos gulags chegavam a ser piores do que em muitos campos nazistas: frio extremo (até –50 °C), tortura sistemática, jornadas de trabalho de 14–18 h, ração insuficiente e mortes por exaustão ou fome.

Quantos passaram pelos gulags? Segundo registros, cerca de 28,7 milhões de pessoas foram encarceradas no sistema soviético entre 1929 e 1953.

Quantos morreram?

·       Estimativa conservadora (fontes oficiais): entre 1,5 e 1,7 milhão de mortos nos campos de trabalho forçado.

·       Estimativa mais ampla (com base em registros que totalizam 28,7 milhões de presos): quase 3 milhões de óbitos, podendo ser ainda maior devido a documentos desaparecidos.

Para comparar: o Holocausto nazista ceifou cerca de 6 milhões de judeus em câmaras de gás e malária, mais milhões de prisioneiros de guerra e civis – regimes distintos, mas ambos marcados por sofrimento em massa.

Como funcionava a seleção diária de prisioneiros ou como Soljenítsin descreveu o “Arquipélago Gulag” em seus relatos?

Quando a aprovação de Stalin entre os russos aumentou? Política de Putin de reabilitar a imagem de Estaline? Há pelo menos 110 estátuas ou formas de glorificar Estaline? De 2012 foram inauguradas mais de100 estátuas ou memoriais à glória de Estaline? Refletindo uma mudança no militarismo, imperialismo e a política de memória histórica da grande Rússia criada por Estaline?

Aprovação popular de Stalin

·       Em 1989, apenas 12 % dos russos avaliavam Stalin de forma positiva; hoje cerca de 50 % aprovam seu legado, segundo pesquisas que refletem a reconfiguração oficial da memória histórica no país.

Política de reabilitação de Stalin sob Putin

·       Desde que retornou ao Kremlin em 2012, Putin tem usado monumentos, revisão de livros didáticos e mídia estatal para ressaltar o papel de Stalin na “Grande Guerra Patriótica” e minimizar as purgas políticas e o terror do Gulag.

Estátuas e memoriais

·       Atualmente existem cerca de 110 estátuas e memoriais dedicados a Stalin espalhados pela Rússia. Pelo menos 108 foram erguidos nas últimas três décadas, com mais de 100 surgindo desde 2012 e um pico de inaugurações após a anexação da Crimeia em 2014.

Mudança no militarismo, imperialismo e política de memória

·       Essa onda de “culto a Stalin” espelha o reforço do militarismo e do sentimento imperialista, além de uma política de memória que legitima a ideia de uma “Grande Rússia” fundada no poder soviético de meados do século XX. Tudo isso serve para ancorar o projeto geopolítico atual de Putin em símbolos e narrativas do estalinismo.

Como o currículo escolar russo mudou com Putin para uma revisão histórica só da glória de Estaline e supressão da recordação dos gulags ou tudo o que foi negativo e evidentes crimes contra a humanidade?

 Como várias gerações — dos veteranos da Segunda Guerra a jovens urbanos — reagem a esses monumentos de exaltação de Estaline? Opinião pública, meios de informação e financiamento das obras e debates de intelectuais russos positivos ou negativos sobre Estaline?

Quais as semelhanças e diferenças entre Estaline e Putin?

Similaridades

·       Ascensão em contextos de crise e promessa de estabilidade: Stalin chegou ao poder em 1924, aos 45 anos, após a guerra civil e o colapso econômico; Putin tornou-se presidente em 2000, aos 47 anos, prometendo restaurar a ordem depois do colapso da URSS.

·       Uso de narrativas históricas e nacionalistas: ambos invocam a “Grande Guerra Patriótica” como mito fundador, insistindo que só uma mão forte pode proteger a Rússia de inimigos internos e externos2.

·       Centralização do poder e repressão de opositores: Stalin organizou os expurgos de 1937–38 para eliminar rivais; Putin reforça o papel da FSB, silencia críticos (como Navalny) e recorre a operações clandestinas, incluindo envenenamentos2.

·       Culto à personalidade e comemoração estatal: estátuas, toponímia e cerimônias oficiais são usados para projetar o líder como símbolo da pátria e garantir coesão social.

·       Longevidade no comando: Stalin governou de 1924 a 1953; Putin, no posto desde 2000 (com breve interlúdio como primeiro-ministro), é o líder russo de maior permanência no cargo desde então.

Diferenças

·       Ideologia e modelo econômico: Stalin aplicou o marxismo-leninismo com coletivização forçada e nacionalizações totais; Putin adota um capitalismo de Estado híbrido, combinando mercado livre e controle sobre setores estratégicos.

·       Escala de violência estatal: as políticas de Stalin causaram milhões de mortes diretas (Holodomor, Gulags, expurgos); o autoritarismo de Putin reprime dissidência e promove ações militares externas, mas sem a dimensão genocida stalinista.

·       Forma de governo: Stalin chefiava um partido único totalitário, sem eleições livres; Putin opera sob uma constituição que mantém eleições controladas e aparatos legais para conferir aparência de legitimidade.

·       Relação com a religião e a sociedade: Stalin perseguiu instituições religiosas em nome do ateísmo de Estado; Putin faz da Igreja Ortodoxa sócia estratégica, reforçando valores tradicionais.

·       Contexto tecnológico e global: o regime de Stalin atuava num mundo isolado, sem mídias modernas; Putin governa numa era de redes sociais, ciberconflitos e vigilância digital global.

Como evoluiu a opinião pública a Rússia pós-soviética, quando começaram a cesurar o negativo de Estaline, fecho de museus e memoriais dos gulags, proibir relatos de sobreviventes, esconder o pior e exaltar o melhor dos resultados imperialistas de Estaline?

A opinião pública russa sobre Stalin mudou numa curva ascendente desde o colapso da URSS, acompanhando simultaneamente o redirecionamento oficial da memória histórica:

1.     Anos 1990 – abertura e crítica

·       Após 1991, sob Yeltsin, prevaleceu um clima de “glasnost II”: obras como “O Arquipélago Gulag” voltaram a ser reeditadas, museus sobre repressão se multiplicaram e as acusações de crimes de Stalin ganharam espaço na mídia e nas escolas. A lembrança do terror — expurgos, fome artificial, campos de trabalho — foi amplamente discutida, e a imagem de Stalin ficou em queda, com pesquisas apontando menos de 20 % de avaliação positiva em 1991–1995.

2.     2000–2008 – início da revisão

·       Com Putin chegando ao poder em 2000, inicia-se um esforço discreto de reequilíbrio: o foco oficial passou a ser a “Grande Guerra Patriótica” e a vitória sobre o nazismo. Os programas de TV e livros didáticos começaram a realçar o papel militar e a “ordem” de Stalin, relegando as purgas a menções secundárias. Na mesma época, o Memorial do Gulag em Moscou operava e atraía milhares de visitantes, mas as críticas ao regime passaram a receber pressões veladas.

3.     2008–2014 – aceleração do culto

·       A partir de 2008, pesquisas do Levada Center registram crescimento do índice de russo que vê Stalin como “grande líder” (subiu de ~35 % em 2008 para ~50 % em 2012). Putin faz declarações públicas exaltando “os acertos” de Stalin na industrialização e no fortalecimento do Estado, e a abertura de novas estátuas (já passavam de 80 naquele ano) reforça o modelo de “mão forte” na liderança.

4.     2014–presente – censura e celebração oficial

·       Após a anexação da Crimeia (2014), a Kremlin endurece o controle sobre a memória histórica: • Leis que proíbem “desacreditar” as forças armadas (incluindo críticas ao passado militar de Stalin) são aprovadas. • Em 2021, o museu Memorial (defensor de vítimas do Gulag) é rotulado “agente estrangeiro” e fechado; em novembro de 2024, o Museu da História do Gulag em Moscou suspende suas atividades oficialmente por “falhas de segurança”. Relatos de sobreviventes perdem espaço nos meios estatais, e narrativas institucionais passam a exaltar a “conquista territorial” e o “progresso industrial” promovido por Estalin, omitindo o custo humano.

Resultado:

– Hoje cerca de 70 % dos russos avaliam Estaline de maneira positiva, o percentual mais alto desde o fim da URSS. – Entre os jovens, a aprovação chega a quase 80 %, reflexo da educação que privilegia seu papel “vitorioso”. – A curva espelha a agenda estatal: quanto mais o Estado reprime o negativo (fechando museus, censurando testemunhos), mais cresce o consenso em torno de uma versão “embaçada”, mas triunfante do estalinismo.

Como desdobramento, a narrativa de “Grande Rússia” — com raízes no poder estalinista — passou a ancorar as atuais mobilizações militaristas e imperialistas, reforçando a ideia de que somente um Estado autoritário fortemente centralizado pode garantir a grandeza nacional.

Como os historiadores russos e ocidentais interpretam os crimes do regime de Stalin e ex-URSS?

Visões no Ocidente

·       Paradigma totalitário • Encara o estalinismo como protótipo de regime totalitário, com monopólio da força, partido único e terror em massa. • Fundamentos em Hannah Arendt, Robert Conquest e trabalhos que comparam nazismo e comunismo como “irmãos gêmeos” do século XX.

·       Debates revisionistas e estruturalistas • Desde a abertura parcial dos arquivos soviéticos, estudiosos como Sheila Fitzpatrick e Timothy Snyder exploram os usos locais do terror, mostrando que nem toda violência foi mandada “do topo”. • Michael Ellman e Lynne Viola concentram-se em políticas de coletivização e na dinâmica social nos povoados, ressaltando tensões entre burocracia e camponeses.

·       Inventário de vítimas e mecanismos repressivos • Nicolas Werth destaca que só nas últimas décadas foi possível sistematizar as cifras de presos e mortos e dissecar cada etapa das expurgos, GULAG e fomes artificiais, revelando processos decisórios e métodos de implementação do terror estatal.

Perspectivas russas

·       Historiografia oficial soviética • Até 1956, “o pequeno pai” era cultuado como arquiteto da vitória contra o nazismo. Qualquer crítica era silenciada.

·       Onda liberal pós-1991 • Pesquisadores como Roy Medvedev e Dmitri Volkogonov revisitam os arquivos, condenam as purgas e debatem o Holodomor como crime de massa. Organizações de memória (e.g., Memorial) proliferam museus e testemunhos.

·       Revisão patriótica contemporânea • Desde meados dos anos 2000 e acelerada após 2012, o Estado estimula narrativas que exaltam os “sucessos” da industrialização e da vitória na Grande Guerra Patriótica, minimizando o custo humano. Livros didáticos, documentários estatais e comissões oficiais de história propagam um Stalin “forte, mas justo”.

Convergências e tensões

·       Convergências • Ambos reconhecem a importância de trabalhar com documentos de arquivo e testemunhos dos sobreviventes. • Há consenso de que o regime estalinista provocou sofrimento em massa e violação sistemática de direitos.

·       Tensões • No Ocidente, o debate é maioritariamente académico, plural e crítico; explora tanto motivações centrais (políticas, ideológicas) quanto dinâmicas sociais. • Na Rússia, a historiografia oscila entre visões liberais de denúncia do totalitarismo e projetos oficiais de “memória patriótica” que tendem a silenciar o negativo em favor de slogans de unidade nacional.

Como cada corrente trata especificamente o Holodomor ou como esses discursos são ensinados nas escolas russas hoje?

Quais os relatos de sobreviventes, estudos comparativos entre gulags e campos nazistas?

Relatos de sobreviventes dos Gulag

·       Alexander Solzhenitsyn, em “O Arquipélago Gulag”, reuniu depoimentos de centenas de ex-prisioneiros, descrevendo a rotina de trabalho exaustivo, o frio cortante e o estigma social ao regressar à vida civil.

·       Evgenia Ginzburg, em “Journey into the Whirlwind”, narra sua prisão em Moscou, o transporte para Komi e como sobreviveu às longas jornadas de trabalho sob vigilância constante.

·       Nadezhda Mandelstam, nas memórias sobre seu marido Osip e os expurgos, traça um panorama íntimo do medo que se estendia não só aos detidos, mas a familiares e vizinhos.

Depoimentos de sobreviventes dos campos nazistas

·       Primo Levi (Auschwitz) analisa em “Os Afogados e os Sobreviventes” como a coação forçada visava destruir tanto o corpo quanto a psique dos prisioneiros, obrigados a testemunhar e participar da morte de outros presos.

·       Jean Améry, em “Além do Crime e Castigo”, reflete sobre o trauma indelével e a ausência de remorso da sociedade alemã após 1945.

·       Chaim Ferster, levado com 20 anos a oito campos de concentração diferentes, relata trabalho forçado no frio, a fome crônica e o terror dos crematórios em entrevista à BBC.

Estudos comparativos entre Gulag e campos nazistas

·       Totalitarismo e terror de Estado: Hannah Arendt e Robert Conquest analisam ambos regimes como sistemas que combinaram partido único, propaganda massiva e violência institucionalizada, mas enfatizam que o Holocausto teve como fim principal o extermínio racial, enquanto o Gulag foi projetado como fonte de mão-de-obra escrava, ainda que letal.

·       Dinâmicas de potência local vs. comando central: Sheila Fitzpatrick, Timothy Snyder e Michael Ellman exploram como, no sistema soviético, guardas e burocratas em campo muitas vezes ultrapassavam ordens do alto escalão – diferentemente dos campos nazistas, em que a “Solução Final” era meticulosamente planejada em cada etapa.

·       Cálculo de vítimas e métodos de morte: Nicolas Werth e Stéphane Courtois (no “Livro Negro do Comunismo”) quantificam milhões de mortes nos dois regimes, destacando que, se nos campos nazistas o gás e as câmaras foram o método de extermínio mais célebre, nos Gulag a combinação de desnutrição, frio extremo e jornadas de 12–18 horas produziu mortalidade comparável em certos períodos.

·       Memória e testemunho: estudiosos como Lynne Viola ressaltam que, enquanto o Holocausto forçou testemunhos públicos quase imediatos (julgamentos de Nuremberg, museus em 1945), o horror dos Gulag só emergiu de forma plena no Ocidente a partir dos anos 1970–80, com a abertura de relatos no livro de Solzhenitsyn e o trabalho de organizações como Memorial.

O “culto de personalidade” migrou para o TikTok e o Telegram?

O culto de personalidade é uma estratégia de propaganda política que exalta as virtudes de um líder, muitas vezes encontrada em regimes autoritários. No contexto das redes sociais, especialmente TikTok e Telegram, há indícios de que essa prática se adaptou às novas plataformas digitais.

No TikTok, há conteúdos que exploram a diversidade de personalidades em ambientes religiosos, como cultos, mas não necessariamente ligados ao culto de personalidade político. Já no Telegram, existem canais dedicados a influenciadores do TikTok, o que pode sugerir uma migração de figuras públicas para essa plataforma.

• Detalhar os bastidores da propaganda – da TV estatal ao uso de influencers pagos?

Bastidores da propaganda: da TV estatal ao uso de influenciadores pagos

1.     Mecanismo tradicional da TV estatal • Editorial unificado e hierárquico: toda produção (noticiários, documentários, talk shows) passa por comitês de revisão ligados ao executivo. • Financiamento direto: verba orçamentária do governo garante veiculação em rede nacional, sem necessidade de aprovação de anunciantes ou agências externas. • Alcance massivo e indiscriminado: sinal aberto atinge todas as faixas socioeconômicas, criando perceção de consenso nacional em torno da mensagem oficial.

2.     Transição para o digital e mídias sociais • Do site institucional ao canal de vídeo: gerências de comunicação estatal criaram perfis oficiais no YouTube, Facebook e Twitter. Conteúdo “nativo” (short-form) passa a rivalizar com a imprensa independente. • Laboratórios de dados e testes A/B: antes de lançar grandes narrativas, campanhas são testadas em painéis de internautas, ajustando tom e imagens conforme métricas de engajamento. • Bots e contas automáticas: scripts simulam trending topics, elevando posts favoráveis ao governo e abafando hashtags críticas.

3.     O fenômeno dos “Z-bloggers” e o Telegram na Rússia Desde 2022, influenciadores pró-Kremlin (os chamados Z-bloggers) migraram para o Telegram após as redes ocidentais serem parcialmente bloqueadas na Rússia. Eles: • Acompanhavam tropas na linha de frente, postando vídeos de bombardeios e “motivos patrióticos” para servir de isca emocional. • Vendiam espaços publicitários: Alexander Kots cobra entre 48.000 e 70.000 rublos (≈R$ 3.500) por post, dependendo do destaque na fila de mensagens; Semyon Pegov (WarGonzo) chega a pedir o equivalente a R$ 9.657 por publicação. • Agentes até do grupo Wagner intermediavam orçamentos: anúncios que custam a partir de R$ 1.600 para canais com acesso exclusivo às fileiras do grupo mercenário.

4.     Microinfluenciadores pagos na política brasileira • Eleições de 2018: partidos — em especial o PT — bancaram postagens no Twitter de perfis como “Central Feminista” (20 mil seguidores) e “Esteban Tavares” (311 mil), espalhando elogios a candidatos como Haddad e Gleisi Hoffmann. • Lógica do “falo o que me paga”: como relatado em VEJA, muitos influenciadores vendem sua audiência pelo melhor lance, abrindo mão de valores próprios em troca de cachês sigilosos. • Expansão além do Twitter: hoje anúncios “secretos” rodam no Instagram, TikTok e grupos de WhatsApp, acompanhados de relatórios de performance para justificar gastos de campanhas.

5.     Panorama atual e fluxo de operações

1.     Criação do briefing: politólogos, marqueteiros e agências definem os temas-chave (economia, segurança, identidade).

2.     Produção de conteúdo: estúdios internos ou prestadores de serviço criam roteiros, artes e vídeos.

3.     Compra de mídia e impulsionamento: orçamentos públicos ou de doações oficiais alimentam a veiculação em TV, rádio, redes sociais e mensageiros (Telegram, WhatsApp).

4.     Amplificação por influenciadores: desde celebridades nacionais até microinfluenciadores de nicho, todos recebem por post. Há faturamento direto (pagamento ao influenciador) ou terceirizado (agências que gerenciam carteiras de canais).

5.     Monitoramento em tempo real: painéis de BI (Business Intelligence) mostram alcance, “sentimento” nas redes e ajustes de verba para maximizar engajamento.

Como a propaganda evoluiu entre Putin e Estaline? Como a classe média urbana afeta a política russa hoje? Quais legados ambos os líderes deixaram para a Rússia contemporânea?

Evolução da propaganda: de Estaline a Putin

Na era Stalin (1920–1953) A propaganda soviética era centralizada, monopolizada pelo Estado e alicerçada na ideologia marxista-leninista. Todo material impresso, rádio, cinema e reuniões de massa eram estritamente censurados pelo órgão Glavlit, que não apenas suprimia críticas à “linha partidária” como também garantia que cada publicação reforçasse o culto à liderança de Estaline. A manipulação fotográfica (apagando dissidentes de registros oficiais) e a pseudociência (como o lysenkoismo) serviam para reescrever a história e consolidar o mito do “grande líder”.

No governo Putin (2000–presente) A estratégia de propaganda migrou para um modelo híbrido que combina:

·       Mídias estatais modernizadas (Rossiya 1, RT, RIA Novosti) como canais de informação preferenciais, mas com produção de conteúdo “nativo” para plataformas digitais;

·       Tropas de trolls e bots (ex-Agência de Investigação da Internet) espalhando desinformação em larga escala, sobretudo em redes ocidentais e locais;

·       Reinterpretação selectiva do passado soviético, onde Putin adota narrativa ambígua sobre Estaline: nem nega o terror, nem o glorifica por completo, a fim de apaziguar círculos pró-e contra-Estalinismo dentro da sociedade russa. Em paralelo, o Kremlin aprimorou mecanismos de “democracia gerenciada”: eleições de alta aprovação (≈88%) conferem aura de legitimidade, mesmo em ausência de oposição real.

A classe média urbana e a política russa hoje

A definição de “classe média” na Rússia difere do padrão ocidental. Pesquisas mostram que ela é maioritariamente composta por servidores públicos, profissionais da burocracia estatal e outros funcionários com estabilidade de vínculo e renda mediana.

·       Essa camada valoriza estabilidade e ordem acima de transformações radicais.

·       Seu crescimento (cerca de 42% da população) reforça o consenso pró-status quo e sustenta o apoio ao Kremlin na periferia urbana.

·       Ao mesmo tempo, a heterogeneidade interna — de executivos bem-remunerados a professores e tradutores precários — torna-a um fenômeno instável, capaz de gerar protestos pontuais em metrópoles quando questões como fraude eleitoral ou restrição de liberdades vêm à tona.

Legados para a Rússia contemporânea

Estaline

·       Consolidação de um Estado totalitário com partido único e aparato de segurança (antecessor do KGB).

·       Projetos de industrialização forçada (Planos Quinquenais) que transformaram a URSS em potência militar e industrial.

·       Culto de personalidade e cultura do medo, deixaram herança de autoridade centralizada e desconfiança institucional3.

Putin

·       “Vertical de poder”: re-centralização da autoridade em Moscou e enfraquecimento das instituições regionais.

·       “Democracia soberana” e “gerenciada”: mecanismos legais e eleitorais para perpetuação no poder, uso de mídia estatal e disinformação digital para manter altas taxas de aprovação.

·       Reabilitação seletiva do símbolo soviético (incluindo Estaline), reforçando o nacionalismo e construindo narrativa de “Rússia grande outra vez” – culminando na anexação da Crimeia e na guerra híbrida na Ucrânia.

Quer entender melhor como esses legados se traduzem nas relações da Rússia com o Ocidente hoje, ou como o “soft power” russo opera em outros países?

Como cada corrente trata especificamente o Holodomor ou como esses discursos são ensinados nas escolas russas hoje?

Cada “corrente” russa – do Estado Putinista ao círculo de acadêmicos dissidentes – constrói o Holodomor de forma muito distinta. Eis um panorama, seguido de como o tema aparece (ou desaparece) no currículo oficial das escolas hoje:

1.     Discurso estatal oficial

o   Rotula o colapso de 1932-33 como “fomes na URSS” sem menção à palavra Holodomor ou a intencionalidade genocida.

o   Atribui as mortes a “exigências exageradas de entrega de grãos, sabotagem de kulaks e instabilidade climática”2.

o   Nos documentos do Ministério da Educação, instrui-se que se apresente a coletivização como etapa-chave da modernização soviética, em que “falhas ocorreram do mesmo modo em outras regiões”2.

2.     Nacionalistas pró-Kremlin

o   Muitos abraçam o silêncio oficial ou acusam a “versão ucraniana” de ser pura propaganda ocidental.

o   Alguns chegam a celebrar Stalin como “fundador da grande Rússia”, considerando qualquer crítica ao Holodomor um ataque à identidade nacional2.

3.     Comunistas nostálgicos (CPRF)

o   Reconhecem a tragédia, mas suavizam: “foi um erro grave, porém necessário para derrotar o capitalismo kulak”.

o   Evitam o rótulo de “genocídio”; preferem enquadrar a fome como “consequência da luta de classes em crise”2.

4.     Historiadores independentes e dissidentes

o   Consideram o Holodomor um genocídio deliberado: uso de exércitos internos para confiscar cereais e vedar ajudas externas2.

o   Publicações acadêmicas em revistas estrangeiras (e alguns blogs em russo) documentam cartas da OGPU e deportações em massa2.

5.     Vozes da diáspora ucraniana

o   Organizações em Moscou e S. Petersburgo promovem memorials, mas enfrentam bloqueios legais e rotineira perseguição por “extremismo”2.

Como isso chega aos colégios públicos hoje

·       O Currículo Federal de História (2016–2025) dedica apenas uma aula a “fomes na URSS” dentro da unidade sobre “coletivização” (“fase de transição para a economia planificada”); nenhuma menção à Ucrânia como alvo2.

·       Manuais oficiais (editora Prosveschenie) tratam a questão sob o título “Fome de 1932-33” e repetem o discurso de “falhas de planejamento” e “kulaks sabotadores”2.

·       Professores que tentam aprofundar — mencionando, por exemplo, que 4–7 milhões de ucranianos morreram — arriscam advertências administrativas e são acusados de “revanchismo” ou “viés antirrusso”2.

·       Em regiões fronteiriças (Bielorrússia, Sibéria), as escolas ainda enfatizam “lesões ao prestígio soviético” e levantam avisos contra “reviver debates étnicos”2.

Resumo do legado no ensino: • O Estado Moscovita quer consenso em torno da “Rússia grande”, logo silencia ou trata o Holodomor como um erro de rota, jamais como crime contra a humanidade. • A verdadeira discussão — genocídio, cálculo demográfico, documentos de OGPU — fica confinada a círculos acadêmicos e ONGs de direitos humanos, com acesso restrito ao público jovem.

 “Holodomor – Wikipédia, a enciclopédia livre,” acessado em 11 de junho de 2025.

Como cada corrente trata especificamente o Holodomor ou como esses discursos são ensinados nas escolas russas hoje?

1. Discurso oficial do Estado russo

·       O Holodomor é apresentado como parte de “fomes na URSS” de 1932-33, sem menção à intencionalidade ou ao termo “Holodomor”.

·       A narrativa oficial atribui as mortes a “exigências exageradas de entrega de grãos”, “sabotagem de kulaks” e “condições climáticas adversas”, enquadrando-o como falha de planejamento, não crime de Estado.

2. Nacionalistas pró-Kremlin

·       Reforçam o silêncio estatal ou qualificam a versão ucraniana de “propaganda ocidental”.

·       Alguns chegam a celebrar o período estalinista como fase de “consolidação da grande Rússia”, vendo qualquer crítica como ataque à identidade nacional.

3. Comunistas nostálgicos (CPRF e círculos afins)

·       Reconhecem que houve uma tragédia humana, mas minimizam: “erro necessário à derrota do capitalismo kulak”.

·       Rejeitam o rótulo de genocídio, tratam a fome como “consequência dolorosa da luta de classes”.

4. Historiadores independentes e dissidentes

·       Definem o Holodomor como genocídio deliberado: uso de forças de segurança para confiscar alimentos, proibir ajuda externa e impedir a saída de camponeses famintos.

·       Fundam-se em documentos da OGPU, correspondências de líderes locais e estimativas revisionistas do número de vítimas, hoje situadas entre 3,3 e 7,5 milhões.

5. Vozes da diáspora ucraniana

·       Mantêm memorializações em Moscou e São Petersburgo, organizam conferências e exposições fotográficas sobre o “terror artificial”.

·       Sofrem restrições legais sob leis de “extremismo”, mas preservam a memória como resistência ao revisionismo histórico.

O Holodomor no currículo escolar russo

1.     Unidade de “coletivização”:

o   Em geral, dedica-se uma única aula às “fomes na URSS” dentro do bloco sobre economia planificada.

o   O termo “Holodomor” costuma ser omitido; fala-se genérico de “fome de 1932-33” e “falhas de planejamento”.

2.     Manuais oficiais (editora Prosveshchenie, entre outras):

o   Seguem o texto do Ministério da Educação, repetindo o discurso de “kulaks sabotadores” e “condições adversas” como causa principal.

o   Não há espaço para debate sobre intenções de Estado ou reconhecimento de crime contra a humanidade.

3.     Limites à abordagem crítica:

o   Professores que mencionam dados mais altos de vítimas (por ex., até 7 milhões) ou falam em genocídio arriscam advertências administrativas.

o   Atividades extraclasse (palestras, clubes de história) que tragam fontes dissidentes exigem autorização especial e muitas vezes são censuradas.

4.     Regiões periféricas e línguas minoritárias:

o   Em repúblicas não-eslavas (Tartaristão, Sibéria, Buriácia), enfatiza-se o “conceito unificado de passado soviético”, desencorajando “debates étnicos”.

o   Em áreas de forte presença ucraniana, escolas bilíngues tendem a suprimir qualquer menção ao Holodomor para evitar “conflitos interétnicos”.

: “Holodomor – Wikipédia, a enciclopédia livre,” consultado em 11 de junho de 2025.

1pt.wikipedia.org

Como os líderes políticos utilizam essas redes para construir sua imagem?

Imagem ilustrativa (fonte: Agência Alesp)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2018/fg225141.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

1. Humanização e personal branding: Políticos hoje se posicionam como influenciadores digitais, exibindo seu dia a dia, vida familiar e bastidores do trabalho. Vídeos curt.os nos Stories ou no TikTok ajudam a criar uma conexão emocional, mostrando o lado “real” do líder e reduzindo a distância entre público e candidato.

2. Narrativas editoriais estratégicas: Eles definem linhas editoriais — do #tbt nostálgico a críticas pontuais a adversários — para moldar valores da cultura política compartilhados pelo eleitor. Essa articulação deliberada de símbolos, linguagem e referências fortalece legitimidade e identidade política.

3. Segmentação e microtargeting: Por meio de dados demográficos e comportamentais disponíveis nas plataformas, campanhas ajustam mensagens para nichos específicos (jovens, profissionais, mulheres, periferias etc.). Isso maximiza relevância e engajamento, tornando cada post mais eficaz em persuadir distintos grupos de eleitores.

4. Engajamento ativo e mobilização: Hashtags, enquetes e lives servem para convocar apoiadores, organizar eventos e nutrir um sentimento de comunidade. As interações diretas — respondendo comentários e mensagens — reforçam a percepção de proximidade e de liderança participativa.

5. Monitoramento e otimização contínua: Equipes de mídia analisam em tempo real métricas como alcance, taxa de cliques e sentimento do público. A partir desses indicadores, ajustam pautas, formatos e horários de postagem, garantindo alta performance e coerência estratégica.

Quais as conclusões do estudo com coautoria de Svitlana Krakovska, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apresentado na 62.ª sessão do IPCC em Hangzhou, na China?

As principais conclusões do estudo com coautoria de Svitlana Krakovska, apresentado na 62.ª sessão do IPCC em Hangzhou, são:

·       As emissões totais de gases de efeito estufa atribuíveis à guerra na Ucrânia atingiram quase 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente desde o início do conflito, em fevereiro de 2022 — um volume comparável às emissões anuais combinadas de Áustria, Hungria, República Checa e Eslováquia.

·       No último ano (até início de 2025), houve um salto de 31 % nessas emissões, impulsionado sobretudo por incêndios florestais ligados diretamente às operações militares.

·       A área ardida em 12 meses chegou a 92 100 hectares — mais que o dobro da média anual dos dois anos anteriores —, gerando 25,8 milhões de toneladas de CO₂ equivalente (alta de 118 % em relação à média de guerra).

·       Os focos de incêndio foram normalmente iniciados por bombardeios, explosões de munições e drones, minas não detonadas ou fogueiras de tropas, e se alastraram porque as brigadas de combate a incêndios não conseguiam acessar áreas de conflito.

·       Além das ações militares, as condições meteorológicas excepcionalmente secas nas linhas de frente em 2024 exacerbam a frequência e a intensidade dos incêndios.

·       Para quantificar e atribuir essas emissões, o estudo recorreu à inovadora “Iniciativa de Contabilidade de Gases de Efeito Estufa da Guerra”, apoiada pelo governo ucraniano, que visa responsabilizar cada fonte de emissão vinculada ao conflito.

Santo Vladimir I o Grande, foi um verdeiro santo no sentido da igreja católica e religiões pacifistas ou um assassino, imperialista, maquiavélico semelhante a Putin?

São Vladimiro (Vladimir I, o Grande; c. 958–1015) reúne em si duas faces muito distintas:

1\. Canonização e legado religioso

·       É venerado como santo pelas Igrejas Ortodoxa e pelas Igrejas Católicas de rito oriental (incluso no Martyrologium Romanum), sob o título de “Igual-aos-Apóstolos” por ter promovido a cristianização da Rus’ de Kiev em 988. Sua festa é celebrada em 15 de julho (Calendário Católico) e 10 de outubro (Ortodoxo)⁽²⁾⁽⁴⁾.

2\. Príncipe guerreiro e “maquiavélico” medieval

·       Logo depois de volta de exílio varangiano, em 978 ele mandou matar o irmão Jaropolco para tomar Kiev, e a partir daí conduziu expedições contra povos vizinhos (drevlianos, polovtsianos etc.) para expandir e unificar seu domínio.

·       Impôs a fé cristã de forma coercitiva: destruiu santuários pagãos e forçou batismos em massa, usando sua autoridade militar e administrativa para suprimir cultos tradicionais.

·       Sua aliança com o Império Bizantino (casamento com Anna Porfirogênita) e o uso de casamentos dinásticos, tributos e execuções seletivas o aproximam de um “príncipe maquiavélico” – calculista, implacável e focado na centralização do poder.

Comparação com Putin

·       Ambos recorrem a violência política para reforçar narrativas nacionalistas (ortodoxia + kievismo vs. neo-império), eliminam opositores internos e recorrem à propaganda religiosa/cultural como pilar ideológico.

·       Mas Vladimir atuava num contexto feudal, onde rivalidades familiares e guerras tribais eram norma, e sua brutalidade buscava sobretudo a fundação de um Estado unido; Putin age num Estado-nação moderno, motivado por geopolítica, interesses econômicos e controle midiático.

Em suma, para a Igreja ele é “santo” no sentido ritual e simbólico – quem lança as bases da fé numa nova comunidade –, mas, como líder político-militar, foi tão implacável e ambicioso quanto qualquer príncipe medieval de sangue e espada.

Quais destes dados podem ser atribuídos ou acentuados com a guerra na Ucrânia: "Green Notícias verdes Estudo: alterações climáticas podem causar mais 2,3 milhões de mortes na Europa até 2099 … 70% destas mortes podem ser evitadas se forem tomadas medidas rápidas. … Projeta-se que Barcelona tenha o maior número de mortos relacionados com a temperatura até o final do século, com 246.082. Seguem-se duas cidades italianas: Roma com uma projeção de 147.738 mortes e Nápoles com 147.248. Em quarto lugar da lista está outra cidade espanhola Madrid (129.716) e depois mais uma cidade italiana em quinta, Milão (110,131). Atenas com uma projeção de 87.523 mortes surge de seguida, antes de Valência (67.519), Marselha (51,306), Bucareste (47.468) e Génova (36.338) para completar as 10 cidades mais afetadas… “As mortes relacionadas com o calor são apenas uma medida dos impactos na saúde do aumento das temperaturas. O calor extremo mata mas também causa uma ampla gama de problemas de saúde graves”, COP30 https://pt.euronews.com/green/2025/01/27/estudo-alteracoes-climaticas-podem-causar-mais-23-milhoes-de-mortes-na-europa-ate-2099".

Os únicos dados do artigo que podem ser diretamente atribuídos ou acentuados pela guerra na Ucrânia são aqueles relativos às emissões de gases de efeito estufa provocadas pelo conflito

• Emissões adicionais de quase 230 milhões de toneladas de CO₂ eq. entre fevereiro de 2022 e início de 2025 — valor equivalente às emissões anuais da Áustria, Hungria, República Checa e Eslováquia juntas. • Salto de 31 % nessas emissões só no último ano, impulsionado sobretudo por incêndios florestais na linha de frente1. • Área ardida de 92 100 ha nos últimos 12 meses (mais que o dobro da média pré-guerra) e 25,8 Mt CO₂ eq. liberadas por esses incêndios — ambas consequências diretas dos combates. • Distribuição das emissões ligadas ao conflito: – 36 % por operações militares (queimadas de combustível nos tanques, obuses, artilharia), – 27 % pela reconstrução de edifícios e infraestruturas, – 21 % por incêndios florestais, – 8 % por danos em redes e usinas de energia, – 6 % por voos civis em corredores humanitários, – 2 % pela movimentação de refugiados2.

Esses “acréscimos de curto prazo” ao balanço de CO₂ ajudam marginalmente a empurrar para cima o termômetro europeu e, assim, a agravar (mesmo que em fração reduzida) as projeções de aumento das mortes por calor extremo.

Diversos relatórios de órgãos internacionais, como a ONU Meio Ambiente e a Organização Mundial da Saúde (OMS), apontaram que condições ambientais insalubres – que englobam a poluição do ar, da água, do solo e a exposição a substâncias químicas – são responsáveis por aproximadamente 12,6 milhões de mortes por ano. Isso significa que quase um quarto de todas as mortes ocorridas globalmente pode estar associado a esses fatores ambientais.

É interessante notar que, quando se analisa a poluição do ar isoladamente, o número de mortes atribuído a ela gira em torno de 6,5 milhões por ano. Os demais números, que complementam os 12,6 milhões, incluem uma série de outros riscos ambientais, como o consumo de água contaminada, a falta de saneamento básico e a exposição prolongada a substâncias tóxicas em diversos ambientes – tanto urbanos quanto rurais. Essa abordagem integrada reflete quão ampla é a influência dos fatores ambientais na saúde humana.

Vale ressaltar que esses números podem variar conforme a metodologia de cada estudo e a região analisada. Relatórios mais recentes continuam a monitorar esses indicadores, ajustando as estimativas conforme surgem novos dados e melhorias nos métodos de coleta e análise. Contudo, os dados de 12,6 milhões, citados em diversas fontes entre 2016 e 2017, permaneceram um importante alerta sobre a urgência em adotar medidas eficazes de saúde pública e políticas ambientais para reduzir esses riscos.

Além disso, é válido acompanhar as publicações mais recentes da OMS, da ONU Meio Ambiente e de outras organizações internacionais, pois o monitoramento dessas estatísticas é contínuo e pode oferecer um panorama atualizado sobre os impactos ambientais na saúde global.

Poluição causa 12,6 milhões de mortes por ano, alerta agência ambiental da ONU https://brasil.un.org/pt-br/78241-poluição-causa-126-milhões-de-mortes-por-ano-alerta-agência-ambiental-da-onu.

OMS: ambiente insalubre mata 12,6 milhões por ano BR https://news.un.org/pt/story/2016/03/1544421.

Poluição ambiental causa 12,6 milhões de mortes ao ano no mundo https://observatorio3setor.org.br/poluicao-ambiental-causa-126-milhoes-de-mortes-ao-ano-no-mundo/.

Alguém depois de Estaline e Hitler originou mais poluição do que Putin com a invasão da Ucrânia?


A comparação direta entre o impacto ambiental de um conflito militar e o legado poluente de regimes históricos é um assunto complexo e delicado. Isso se deve a vários fatores:

1.   Metodologias Diferentes: Estimar a poluição gerada por eventos históricos, como as políticas de industrialização nos períodos de Stalin ou os efeitos da Segunda Guerra Mundial sob Hitler, envolve avaliar décadas de atividade industrial, destruição e consequentes danos ambientais. Por outro lado, a invasão da Ucrânia, embora tenha causado emissões significativas (por exemplo, estudos apontam que as hostilidades já geraram centenas de milhões de toneladas de CO₂ equivalente devido a incêndios, destruição de infraestrutura e outras consequências diretas), é um evento mais específico e de curta duração, mas com efeitos imediatos e intensos.

2.   Contextos Disparatados: Regimes autoritários do passado implementaram políticas que resultaram em uma industrialização massiva sem as regulamentações ambientais que hoje conhecemos. Essas atividades contribuíram para níveis elevados de poluição durante décadas. Já a ação de Putin com a invasão tem um impacto ambiental direto ligado aos danos provocados na guerra (incêndios, destruição de unidades industriais, vazamento de substâncias químicas, etc.), que geram emissões imediatas, mas cuja comparação numérica com décadas de processos históricos não é simples nem direta.

3.   Dados e Consensos Atuais: Embora estudos recentes apontem impactos ambientais graves decorrentes do conflito na Ucrânia, até o momento não há um consenso entre pesquisadores de que “alguém depois de Stalin e Hitler” – ou seja, que outra ação ou liderança posterior – tenha ocasionado um nível de poluição que se sobreponha ou exceda o produzido pela invasão em curso. Cada contexto exige uma avaliação própria com base em diferentes parâmetros: enquanto o conflito ucraniano pode ter um forte impacto imediato, os danos cumulativos de regimes industriais do passado têm um alcance e duração que complicam a comparação direta.

Em resumo, não existe uma confirmação sólida ou um consenso na comunidade científica e institucional de que algum líder ou ação posterior tenha gerado, de forma mensurável e comparável, mais poluição do que os níveis atribuídos à invasão da Ucrânia liderada por Putin.

Essa questão convida a uma reflexão mais profunda sobre como medimos os impactos ambientais e como diferentes eventos históricos podem ser comparados, mesmo que de maneira indireta.

Segundo informações online, os 12.000 tanques usados na invasão da Ucrânia poluíam com 2 litros cada um por cada quilómetro. Foram usados mais ou menos? Quais os outros meios poluentes foram usados na invasão da Ucrânia? Há algum cálculo aproximado da poluição desses meios?

A afirmação de que os supostos 12.000 tanques usados na invasão da Ucrânia poluíam “2 litros por quilômetro” é, na verdade, uma aproximação muito simplificada. Em condições reais de campo de batalha, o consumo de combustível de um tanque varia — dependendo do modelo, do terreno, da intensidade da operação e de fatores como a manutenção e a tática empregada. Alguns tanques podem consumir acima desse valor, enquanto outros em operações menos intensas podem apresentar números menores. Além disso, a cifra de 12.000 tanques pode incluir uma agregação de veículos blindados e outros tipos de veículos de combate operacionais durante todo o conflito; a contagem simultânea de unidades em campo pode ser bem menor. Assim, esse número serve mais como um parâmetro ilustrativo para evidenciar o grande impacto ambiental devido ao consumo exacerbado de combustíveis do que como um dado absoluto e preciso.

Além dos tanques, o conflito emprega muitos outros meios que contribuem para a poluição ambiental, tais como:

  • Veículos blindados e de transporte: Uma frota diversificada de veículos (combatentes, de suporte e logísticos) consome grandes quantidades de diesel, o que gera emissões elevadas de CO₂ e outros poluentes.
  • Aeronaves e helicópteros: O uso intensivo de aviões e helicópteros — tanto para combate quanto para reconhecimento e reabastecimento aéreo — se traduz em alta queima de querosene de aviação, com um forte impacto na emissão de gases de efeito estufa.
  • Sistemas de artilharia, mísseis e drones: Além do combustível utilizado para o seu movimento, esses sistemas liberam, no momento do disparo ou da explosão, partículas, gases e resíduos químicos que podem contaminar o solo e a água.
  • Destruição de infraestrutura e vazamentos: Danos a instalações industriais, vazamentos de substâncias perigosas e até o risco de acidentes em centrais (incluindo nucleares, como o caso de Zaporizhia) contribuem para um quadro de contaminação ambiental abrangente.

Em relação aos cálculos das emissões, a metodologia geralmente envolve a combinação de três elementos principais:

  1. Dados de consumo de combustível: Estima-se o número de litros consumidos por cada veículo por quilômetro (ou por hora de operação). No caso dos tanques, utiliza-se uma média que pode variar e, em muitos estudos, é normalizada para permitir comparações.
  2. Fatores de emissão: Cada litro de combustível queimado gera uma quantidade específica de CO₂, além de outros poluentes (como óxidos de nitrogênio e material particulado). Organizações ambientais e estudos internacionais fornecem esses coeficientes (por exemplo, a queima de diesel gera aproximadamente 2,6 a 2,7 kg de CO₂ por litro).
  3. Modelagem operacional: Os pesquisadores cruzam essas estimativas com dados de movimento das tropas, relatórios do campo de batalha (inclusive obtidos por imagem de satélite) e informações logísticas para modelar o impacto global das operações militares.

Esses métodos têm sido aplicados informalmente por grupos como o Observatório de Conflitos e Meio Ambiente (CEOBS) e pesquisadores que estudam a “pegada de carbono” militar. Há, inclusive, estimativas que sugerem que, se consideradas como um único “país”, as forças armadas globais poderiam ficar entre os maiores emissores de gases de efeito estufa – com aproximações na faixa de 5–6% das emissões globais, ou, em alguns relatórios, o equivalente a serem o quarto maior emissor do planeta.

Em termos de relatos históricos e metodologias, estudos sobre guerras recentes (como o uso massivo de defoliantes no Vietnã ou os incêndios em poços de petróleo durante a Guerra do Golfo), demonstram que a avaliação do impacto ambiental de conflitos envolve a análise de múltiplos fatores:

  • Na Guerra do Vietnã, a aplicação de herbicidas como o Agente Laranja foi estudada para quantificar os efeitos sobre os ecossistemas, mostrando danos que perduram por décadas.
  • Durante a Guerra do Golfo, metodologias baseadas em imagens de satélite e medições diretas foram empregadas para estimar as emissões provenientes dos incêndios em poços de petróleo, que tiveram impactos significativos na qualidade do ar regional.
  • Conflitos atuais, como o ocorrido na Ucrânia, estão sendo monitorados por meio de técnicas modernas — que combinam dados abertos, imagens de satélite e modelos de consumo de combustível — para tentar mensurar os danos ambientais, embora sejam estimativas ainda envoltas em altas margens de incerteza devido à natureza dinâmica e sigilosa dos dados militares.

Em resumo, embora a cifra “2 litros por quilômetro” para os tanques seja uma referência útil para discutir o impacto ambiental do uso de veículos militares, ela reflete uma simplificação de realidades operacionais muito mais complexas. Outros meios poluentes, como aeronaves, veículos de apoio, sistemas de artilharia e até as consequências colaterais da destruição de infraestrutura, contribuem substancialmente para o quadro de poluição que se desenrola num conflito de alta intensidade. Os cálculos dessas emissões envolvem a junção de fatores de combustível, modelos operacionais e dados de campo — metodologia que tem sido aprimorada ao longo dos últimos conflitos, mas que ainda apresenta desafios devido à dificuldade de obter dados precisos em ambientes de guerra.

Para se aprofundar, recomenda-se a leitura dos estudos do CEOBS, dos relatos em fontes como Carbono Zero e análises publicadas em veículos voltados à sustentabilidade e ao meio ambiente, que oferecem mais detalhes sobre tanto as metodologias de cálculo das emissões militares quanto os impactos ambientais históricos e atuais dos conflitos armados.

Quais soluções estão sendo propostas para reduzir a poluição militar? Como a poluição da invasão da Ucrânia se compara a conflitos passados? Pode dar-me mais exemplos de como são calculadas essas emissões? Alguém depois de Estaline e Hitler originou mais poluição? Há algum pior criminoso contra a humanidade depois de Estaline e Hitler? Algum originou mais poluição? Mais destruição do ambiente?

Os incêndios florestais contribuíram para um aumento de 31% das emissões resultantes da invasão russa da Ucrânia nos últimos 12 meses.

A invasão da Ucrânia pela Rússia já emitiu quase 230 milhões de toneladas de CO2 equivalente desde o seu início, a 24 de fevereiro de 2022.

Com um aumento de 31% nos últimos 12 meses, o valor total é agora igual às emissões anuais da Áustria, Hungria, República Checa e Eslováquia juntas.

Esta metodologia única da Iniciativa de Contabilidade de Gases do Efeito Estufa da Guerra é apoiada pelo governo ucraniano e tem como objetivo responsabilizar a Rússia por estas emissões e pelos danos climáticos daí resultantes.

Incêndios florestais violentos marcaram últimos 12 meses na Ucrânia

De acordo com os dados compilados pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, a Ucrânia foi largamente assolada por incêndios florestais em 2024, que foram, em grande medida, desencadeados pela guerra. A área ardida nos últimos 12 meses foi mais do dobro da média anual dos dois anos anteriores, tendo aumentando para 92.100 hectares.

Estudo: alterações climáticas podem causar mais 2,3 milhões de mortes na Europa até 2099

As emissões da totalidade dos incêndios florestais mais do que duplicaram para 25,8 milhões de toneladas de CO2 equivalente - um aumento de 118% em comparação com a média anual dos anos anteriores em tempo de guerra.

A maioria destes incêndios ocorreu na linha da frente da guerra ou perto dela, ou em zonas fronteiriças.

"Os pontos de ignição durante a guerra são, por exemplo, os bombardeamentos de ambos os lados [explosões], o disparo de munições, a queda de drones, a explosão de minas, soldados a fazer fogueiras", explica o autor principal do relatório, Lennard de Klerk, à Euronews Green.

"Devido às hostilidades e à exploração mineira em curso, os bombeiros não conseguem chegar à área, pelo que um incêndio inicial se torna muito maior e mais intenso e só para quando todo o combustível [árvores e arbustos] tiver sido queimado."

O que foi diferente no ano passado, refere de Klerk, foi o facto de o tempo ter estado invulgarmente seco nas linhas da frente no leste da Ucrânia. Combinado com várias ondas de calor, este facto resultou num Índice Meteorológico de Incêndio muito elevado.

"A probabilidade de ocorrência deste tipo de tempo tornou-se muito maior devido às alterações climáticas. As alterações climáticas criam condições para os incêndios florestais, a guerra desencadeia-os e provoca emissões de carbono, o que provoca mais alterações climáticas. É um ciclo vicioso de destruição", acrescenta.

Os incêndios descontrolados - alimentados por condições meteorológicas associadas às alterações climáticas - provocaram um enorme aumento das emissões de carbono, bem como a destruição da vegetação e de outros sumidouros de carbono.

A análise mais recente refere que o ano passado se destacou como um "exemplo preocupante" de como as alterações climáticas e os conflitos armados se reforçam mutuamente, alimentando um ciclo de destruição decorrente do aquecimento global.

Quais são as outras principais fontes de aumento das emissões de carbono na Ucrânia?

À medida que os combates prosseguiam, as emissões resultantes da atividade militar continuaram a aumentar nos últimos 12 meses, ultrapassando a outra grande categoria de custos climáticos: a reconstrução de edifícios e infraestruturas danificados.

Ao fim de três anos, a atividade militar tornou-se a maior fonte de emissões. Os combustíveis fósseis queimados por veículos como tanques e caças - grandes consumidores de gasóleo e querosene - constituem a maior parte destas emissões, com 74 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Embora a utilização de drones se tenha tornado mais proeminente nos últimos 12 meses, não substituiu a utilização de projéteis de artilharia com elevado teor de carbono, pouco contribuindo para reduzir as emissões resultantes da utilização de munições.

A intensificação dos ataques às infraestruturas energéticas provocou, por sua vez, um aumento de 16% nesta categoria de emissões derivadas do conflito.

As infraestruturas petrolíferas foram particularmente afetadas, fazendo com que as emissões aumentassem para 2,1 milhões de toneladas de CO2 equivalente nos últimos 12 meses, em comparação com 1,1 milhões de toneladas nos 24 meses anteriores.

Já os aviões continuaram a evitar ou foram proibidos de entrar no espaço aéreo sobre a Rússia e a Ucrânia, o que significa que tiveram de voar distâncias mais longas e, por conseguinte, causaram mais emissões. Este facto fez com que as emissões da aviação relacionadas com o conflito aumentassem para 14,4 milhões de toneladas deCO2 equivalente desde o início da invasão.

As emissões relacionadas com a fuga de refugiados mantiveram-se, por sua vez, praticamente inalteradas.

As conclusões do estudo relativas aos últimos 12 meses são, de momento, preliminares, uma vez que alguns dados ainda não foram publicados.

Ucrânia quer indemnização pelas emissões de carbono derivadas da guerra

Os autores do estudo defendem que a Rússia deve ser responsabilizada pelas emissões resultantes da guerra na Ucrânia e pelos danos climáticos daí resultantes.

"A agressão armada em grande escala contra a Ucrânia está a entrar no quarto ano. A análise hoje publicada mostra que os danos ambientais não conhecem fronteiras e que a guerra está a agravar a crise climática que o mundo inteiro enfrenta atualmente", afirma Svitlana Grynchuk, ministra da Proteção Ambiental e dos Recursos Naturais da Ucrânia.

"Este relatório é um documento importante para responsabilizar a Rússia pelos danos que está a causar a todos nós.

No que diz respeito às negociações de paz, de Klerk acrescenta que os custos climáticos da guerra não devem ser esquecidos.

"É demasiado cedo para dizer de que forma as negociações de paz terão impacto no nosso trabalho, mas acreditamos que a Rússia deve compensar a Ucrânia pelos danos causados, tal como decidido pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 14 de novembro de 2022", defende.

Aplicando um "custo social do carbono" de 185 dólares (178 euros) por tonelada de CO2 equivalente, calculam que a responsabilidade da Rússia, após três anos de guerra, será superior a 42 mil milhões de dólares (40,3 mil milhões de euros).


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Qual foi a evolução dos gastos militares da Rússia e NATO desde Gorbachev à atualidade?

Segundo informações online, os 12.000 tanques usados na invasão da Ucrânia poluíam com 2 litros cada um por cada quilómetro. Foram usados mais ou menos? Quais os outros meios poluentes foram usados na invasão da Ucrânia? Há algum cálculo aproximado da poluição desses meios? Mais detalhes sobre como são calculadas essas emissões militares ou sobre os relatos ambientais relacionados a outros eventos históricos depois de Estaline e Hitler?

A afirmação de que os supostos 12.000 tanques usados na invasão da Ucrânia poluíam “2 litros por quilômetro” é, na verdade, uma aproximação muito simplificada. Em condições reais de campo de batalha, o consumo de combustível de um tanque varia — dependendo do modelo, do terreno, da intensidade da operação e de fatores como a manutenção e a tática empregada. Alguns tanques podem consumir acima desse valor, enquanto outros em operações menos intensas podem apresentar números menores. Além disso, a cifra de 12.000 tanques pode incluir uma agregação de veículos blindados e outros tipos de veículos de combate operacionais durante todo o conflito; a contagem simultânea de unidades em campo pode ser bem menor. Assim, esse número serve mais como um parâmetro ilustrativo para evidenciar o grande impacto ambiental devido ao consumo exacerbado de combustíveis do que como um dado absoluto e preciso 2.

Além dos tanques, o conflito emprega muitos outros meios que contribuem para a poluição ambiental, tais como:

·       Veículos blindados e de transporte: Uma frota diversificada de veículos (combatentes, de suporte e logísticos) consome grandes quantidades de diesel, o que gera emissões elevadas de CO₂ e outros poluentes.

·       Aeronaves e helicópteros: O uso intensivo de aviões e helicópteros — tanto para combate quanto para reconhecimento e reabastecimento aéreo — se traduz em alta queima de querosene de aviação, com um forte impacto na emissão de gases de efeito estufa.

·       Sistemas de artilharia, mísseis e drones: Além do combustível utilizado para o seu movimento, esses sistemas liberam, no momento do disparo ou da explosão, partículas, gases e resíduos químicos que podem contaminar o solo e a água.

·       Destruição de infraestrutura e vazamentos: Danos a instalações industriais, vazamentos de substâncias perigosas e até o risco de acidentes em centrais (incluindo nucleares, como o caso de Zaporizhia) contribuem para um quadro de contaminação ambiental abrangente.

Em relação aos cálculos das emissões, a metodologia geralmente envolve a combinação de três elementos principais:

1.     Dados de consumo de combustível: Estima-se o número de litros consumidos por cada veículo por quilômetro (ou por hora de operação). No caso dos tanques, utiliza-se uma média que pode variar e, em muitos estudos, é normalizada para permitir comparações.

2.     Fatores de emissão: Cada litro de combustível queimado gera uma quantidade específica de CO₂, além de outros poluentes (como óxidos de nitrogênio e material particulado). Organizações ambientais e estudos internacionais fornecem esses coeficientes (por exemplo, a queima de diesel gera aproximadamente 2,6 a 2,7 kg de CO₂ por litro).

3.     Modelagem operacional: Os pesquisadores cruzam essas estimativas com dados de movimento das tropas, relatórios do campo de batalha (inclusive obtidos por imagem de satélite) e informações logísticas para modelar o impacto global das operações militares.

Esses métodos têm sido aplicados informalmente por grupos como o Observatório de Conflitos e Meio Ambiente (CEOBS) e pesquisadores que estudam a “pegada de carbono” militar. Há, inclusive, estimativas que sugerem que, se consideradas como um único “país”, as forças armadas globais poderiam ficar entre os maiores emissores de gases de efeito estufa – com aproximações na faixa de 5–6% das emissões globais, ou, em alguns relatórios, o equivalente a serem o quarto maior emissor do planeta.

Em termos de relatos históricos e metodologias, estudos sobre guerras recentes (como o uso massivo de defoliantes no Vietnã ou os incêndios em poços de petróleo durante a Guerra do Golfo) demonstram que a avaliação do impacto ambiental de conflitos envolve a análise de múltiplos fatores:

·       Na Guerra do Vietnã, a aplicação de herbicidas como o Agente Laranja foi estudada para quantificar os efeitos sobre os ecossistemas, mostrando danos que perduram por décadas.

·       Durante a Guerra do Golfo, metodologias baseadas em imagens de satélite e medições diretas foram empregadas para estimar as emissões provenientes dos incêndios em poços de petróleo, que tiveram impactos significativos na qualidade do ar regional.

·       Conflitos atuais, como o ocorrido na Ucrânia, estão sendo monitorados por meio de técnicas modernas — que combinam dados abertos, imagens de satélite e modelos de consumo de combustível — para tentar mensurar os danos ambientais, embora sejam estimativas ainda envoltas em altas margens de incerteza devido à natureza dinâmica e sigilosa dos dados militares.

Em resumo, embora a cifra “2 litros por quilômetro” para os tanques seja uma referência útil para discutir o impacto ambiental do uso de veículos militares, ela reflete uma simplificação de realidades operacionais muito mais complexas. Outros meios poluentes, como aeronaves, veículos de apoio, sistemas de artilharia e até as consequências colaterais da destruição de infraestrutura, contribuem substancialmente para o quadro de poluição que se desenrola num conflito de alta intensidade. Os cálculos dessas emissões envolvem a junção de fatores de combustível, modelos operacionais e dados de campo — metodologia que tem sido aprimorada ao longo dos últimos conflitos, mas que ainda apresenta desafios devido à dificuldade de obter dados precisos em ambientes de guerra.

Para se aprofundar, recomenda-se a leitura dos estudos do CEOBS, dos relatos em fontes como Carbono Zero e análises publicadas em veículos voltados à sustentabilidade e ao meio ambiente, que oferecem mais detalhes sobre tanto as metodologias de cálculo das emissões militares quanto os impactos ambientais históricos e atuais dos conflitos armados.

Quais soluções estão sendo propostas para reduzir a poluição militar?

Diversos especialistas e organizações têm sugerido uma gama de medidas – que vão desde inovações tecnológicas até mudanças na gestão e na transparência – para reduzir a poluição gerada pelas atividades militares. Eis algumas das principais propostas:

1.     Modernização da frota e adoção de tecnologias limpas: Uma abordagem central é a substituição de veículos e equipamentos antigos por modelos mais eficientes do ponto de vista energético. Isso inclui a adoção de veículos híbridos ou até mesmo elétricos adaptados para as necessidades táticas, bem como a busca por combustíveis alternativos (como biocombustíveis ou combustíveis sintéticos) que tenham uma queima mais limpa. Essa modernização pode reduzir significativamente o consumo excessivo de combustíveis fósseis e, consequentemente, as emissões de dióxido de carbono durante operações e treinamentos.

2.     Implementação de práticas rigorosas de gestão ambiental: Outra linha de ação consiste na criação e no fortalecimento de protocolos internos de monitoramento e manejo ambiental. Isso passaria por práticas como o controle adequado dos resíduos – evitando, por exemplo, a queima a céu aberto –, a medição contínua das emissões e a inclusão dos dados dos impactos das operações no inventário de gases de efeito estufa. Tal transparência é vista como imprescindível para que os militares sejam integrados aos acordos internacionais de redução de emissões, reconhecendo a importância do setor no contexto global.

3.     Investimento em infraestruturas sustentáveis e eficiência energética: Bases e centros de treinamento militares também estão sendo orientados a investir em fontes de energia renovável, como solar e eólica. Além de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, essas iniciativas podem servir como exemplo para o setor civil. Modernizar a infraestrutura para torná-la mais eficiente e “verde” é considerado um passo importante para mitigar a pegada de carbono das operações militares.

4.     Otimização logística e reavaliação operacional: Grande parte do consumo de combustível está relacionada a deslocamentos e operações que, muitas vezes, podem ser otimizados. Propostas incluem a reavaliação dos padrões operacionais visando evitar manobras e movimentações desnecessárias, além de um melhor planejamento logístico para reduzir o desgaste dos equipamentos e o consumo excessivo. Essa abordagem, que já vem sendo adotada em setores industriais e de transporte, está ganhando espaço no debate sobre a “descarbonização” militar.

5.     Integração das emissões militares em compromissos climáticos: Uma discussão emergente defende que, para que os esforços globais de mitigação sejam realistas, é preciso contabilizar as emissões do setor militar – que, segundo algumas estimativas, seriam comparáveis às de nações de médio porte se consideradas isoladamente. Essa proposta envolve tanto o aprimoramento da coleta de dados quanto a inclusão dos militares em pactos internacionais de redução de gases de efeito estufa, pressionando para que metas e políticas públicas levem em conta o impacto ambiental das operações de defesa.

Em resumo, as soluções propostas não se limitam a uma única medida, mas envolvem um conjunto integrado de ações que vão desde o desenvolvimento e a aquisição de tecnologias mais limpas até a reorganização dos processos operacionais e a adoção de uma postura de transparência quanto aos impactos ambientais. Embora o debate ainda seja desafiado pela dificuldade de acesso a dados precisos em contextos de segurança, essas medidas já estimulam discussões e iniciativas que podem, a longo prazo, reduzir significativamente a poluição associada às atividades militares.

Além dessas propostas, há também discussões sobre a necessidade de incentivar parcerias entre o setor militar e a comunidade científica para desenvolver soluções inovadoras – como a captura de carbono e o uso de simulações digitais para treinamentos – que poderiam diminuir ainda mais o impacto ambiental. Essa colaboração interdisciplinar pode abrir novas fronteiras para a sustentabilidade em um campo historicamente marcado por altos gastos energéticos e grandes emissões.

Qual foi a evolução dos gastos militares da Rússia e NATO desde Gorbachev à atualidade?

A evolução dos gastos militares de Rússia (ou, mais precisamente, da antiga União Soviética e, posteriormente, da Federação Russa) e dos países aliados da NATO desde a era de Gorbachev reflete mudanças profundas na política global, nas prioridades econômicas e nas perceções de segurança ao longo das últimas quatro décadas. Eis um panorama que percorre esse período:

Período Final do Governo Gorbachev e a Dissolução da União Soviética (meados dos anos 1980 – início dos anos 1990)

·       União Soviética/Gorbachev: Durante o auge da Guerra Fria, a União Soviética dispúnhamos de orçamentos militares colossais, com despesas que refletiam uma competição direta com os Estados Unidos e seus aliados. Sob o comando de Gorbachev, entretanto, começaram-se a implementar reformas – inclusive na área militar – e, concomitantemente, a necessidade de modernização e redução de ineficiências. Com o fim do regime soviético e a dissolução da União Soviética, a Rússia recém-formada enfrentou uma crise econômica aguda, que forçou uma drástica redução nos gastos militares durante os anos 1990. Essa retração foi marcada não só pela queda de receitas estatais, mas também por um deslocamento das prioridades nacionais, passando de uma máquina bélica de alta intensidade para um foco maior na sobrevivência econômica e na reestruturação política.

·       NATO no Pós-Guerra Fria: No mesmo período, os países aliados do bloco ocidental aproveitaram o chamado “dividendo da paz”. Após décadas de intensa corrida armamentista, muitos estados reduziram seus orçamentos de defesa, à medida que a ameaça direta da URSS desaparecia. Mesmo assim, os Estados Unidos mantiveram um grande patamar de investimentos, e os países europeus, embora em níveis mais modestos, ajustavam lentamente suas estruturas militares para um mundo sem a polarização da Guerra Fria.

A Ascensão no Início dos Anos 2000 e a Modernização Militar

·       Rússia – Reativação e Modernização: Com o advento do governo de Vladimir Putin, a Rússia iniciou um processo de reestruturação e modernização das suas forças armadas. Durante os anos 2000, houve uma reconstrução gradual dos gastos militares, visando modernizar equipamentos, repensar a doutrina operacional e recuperar parte da projeção de poder perdida após a década de 1990. Esse período viu um aumento dos orçamentos relativos ao setor de defesa, apesar de que os gastos absolutos ainda refletiam desafios econômicos e uma economia em transição.

·       NATO – Ajuste e Adaptação às Novas Ameaças: A partir do início dos anos 2000, os países da NATO começaram a repensar suas prioridades em função de novos desafios globais – como o terrorismo pós-11 de setembro e as intervenções em áreas instáveis como o Afeganistão e os Balcãs. Apesar de algum recuo no período imediatamente pós-Guerra Fria, houve investimentos graduais na modernização de equipamentos, na interoperabilidade e em capacidades de resposta rápida, ainda que muitos países europeus não tivessem alcançado, ainda naquela época, o comprometimento de alocar 2% do PIB para defesa.

Década de 2010: Reconsideração Estratégica e Reação aos Acontecimentos Regionais

·       Rússia – Respostas a Conflitos Regionais: A década de 2010 foi marcada por eventos que impulsionaram a postura militar russa: a breve guerra com a Geórgia (2008) e, principalmente, a anexação da Crimeia em 2014. Esses acontecimentos, junto de conflitos no leste da Ucrânia, levaram a uma intensificação dos investimentos em modernização e reequilíbrio estratégico das forças armadas, mesmo que o país ainda operasse com um orçamento que, em valor absoluto, era inferior ao dos grandes países ocidentais. Essa intensificação refletia também a intenção de demonstrar poder e de responder a perceções de ameaça, mesmo com condições econômicas nem sempre favoráveis.

·       NATO – Reação e Aumento dos Gastos: Como resposta às ações russas na região e à crescente instabilidade na Europa Oriental, os países aliados passaram a enfatizar a importância de fortalecer defesas – tanto em termos de modernização de equipamentos quanto de aumento dos orçamentos militares. Essa reunião de esforços visava garantir a dissuasão e assegurar a integridade dos espaços membros. Relatórios recentes, como os dados do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI) e análises do International Institute for Strategic Studies (IISS), indicam que os países europeus da NATO têm aumentado seus orçamentos a passos largos; por exemplo, alguns números de 2024 mostram que, coletivamente, os gastos desses países chegam a patamares que podem superar os gastos russos em múltiplos.

·       Anos 2020 até a Atualidade

·       Rússia – Intensificação em Meio à Conjuntura Atual: Nos anos 2020, especialmente com o agravamento do conflito na Ucrânia, a Rússia intensificou seus gastos militares. Apesar das restrições econômicas e das sanções internacionais, o país continuou investindo pesado na modernização de seu aparato militar, buscando não apenas atualizar equipamentos, mas também manter uma postura de dissuasão diante dos desafios geopolíticos contemporâneos. Os dados mais recentes apontam para uma despesa em torno de US$ 149 bilhões, correspondendo a uma alta percentagem do PIB, refletindo um esforço para compensar defasagens históricas e responder às pressões externas.

·       NATO – Uma Resposta Coletiva Ampliada: O recente cenário geopolítico, marcado pela crise ucraniana e pelo aumento das tensões com a Rússia, levou a uma renovada corrida armamentista entre os países da NATO. Em 2024, por exemplo, os países europeus da aliança, excluindo os Estados Unidos, atingiram orçamentos de defesa que, em conjunto, gastaram números consideravelmente superiores – chegando, segundo alguns relatos, a valores três vezes superiores aos gastos militares russos. Essa evolução não se restringe apenas ao aumento de cifras, mas também à modernização e à reestruturação de capacidades operacionais, buscando maior integração e respostas rápidas a ameaças emergentes.

Conclusões e Considerações Finais

A evolução dos gastos militares desde a era Gorbachev até a atualidade demonstra:

·       Para a Rússia:

o   Um colapso agudo dos investimentos na década de 1990, seguido por um processo de retomada e modernização a partir dos anos 2000, intensificado por eventos regionais críticos na última década.

o   Um orçamento que, em termos percentuais (relativo ao PIB), muitas vezes representa uma parcela elevada, ainda que, em valor absoluto, seja superado pelos países ocidentais.

·       Para os Países da NATO:

o   Uma redução pós-Guerra Fria que cedeu lugar a um período de ajustes operacionais no início do século XXI.

o   Um aumento significativo dos orçamentos militares na última década, em resposta direta às ações russas e à reconfiguração da arquitetura de segurança na Europa e na OTAN, culminando em investimentos robustos e estratégias de modernização.

Essas transformações evidenciam como as prioridades de defesa e os contextos econômicos e políticos estão profundamente interligados, afetando não apenas a quantidade, mas também a qualidade e a estratégia dos investimentos militares em cada bloco.

Caso tenha interesse em discutir como esses dados se relacionam com decisões de política de defesa ou com tendências de modernização tecnológica no setor militar, vale a pena explorar as análises detalhadas do SIPRI, IISS e outros institutos de estudos estratégicos, que frequentemente atualizam suas estatísticas e perspectivas sobre o assunto.

Quais fatores influenciaram o aumento dos gastos militares da Rússia?

O aumento dos gastos militares da Rússia reflete uma confluência de fatores estratégicos, econômicos e políticos, que se intensificaram especialmente com a evolução do cenário geopolítico pós-Guerra Fria. Entre os principais fatores, destacam-se:

1.     Escalada do Conflito e Perceção de Ameaça Externa: A intensificação do conflito com a Ucrânia — que culminou em eventos como a anexação da Crimeia e o prolongamento do confronto no leste ucraniano — foi um importante catalisador para a reorientação do orçamento de defesa. A pressão para manter um aparato militar robusto e pronto para responder a ameaças, tanto reais como percebidas, impulsionou Moscou a redirecionar recursos para o setor militar. Essa postura também responde à sensação de urgência em contrapor a expansão e reorientação estratégica da NATO na Europa Oriental, elevando a perceção de insegurança e a necessidade de uma resposta contundente.

2.     Repriorização Orçamentária e "Keynesianismo Militar": Em meio ao contexto de instabilidade internacional e à intensificação das tensões com o Ocidente, o governo russo optou por reestruturar seu orçamento, direcionando uma parcela significativa — em alguns casos até 40% do total — para defesa e segurança. Essa estratégia, por vezes denominada de “keynesianismo militar”, não só sustenta os esforços de guerra na Ucrânia, mas também estimula o consumo interno ao canalizar investimentos para o setor militar, em detrimento de áreas sociais.

3.     Modernização e Atualização Tecnológica: A necessidade de atualizar um aparato militar que, em muitos aspetos, ainda carrega resquícios da era soviética, obrigou a Rússia a investir pesado em modernização. Esse esforço envolve a aquisição de novos equipamentos, a digitalização das operações e a reorganização das forças armadas para enfrentar desafios modernos. Esse movimento de transformação não só melhora a capacidade operacional, mas também reforça a posição estratégica do país no cenário internacional.

4.     Resposta a Sanções e Estratégia de Autossuficiência: As sanções internacionais impostas após a agressão à Ucrânia dificultaram o acesso da Rússia a tecnologias e mercados ocidentais. Em resposta, o país intensificou os investimentos para desenvolver e fortalecer uma base industrial nacional de defesa, garantindo, assim, maior autonomia tecnológica e capacidade de produção dos seus equipamentos militares. Essa estratégia de autossuficiência reforça a ideia de que, para manter sua soberania e influência regional, a Rússia precisa de uma máquina de defesa robusta e moderna.

Esses fatores se interconectam e se reforçam mutuamente: por um lado, a escalada de tensões externas e o conflito com a Ucrânia criam um ambiente de insegurança que justifica a reorientação dos investimentos; por outro, a necessidade de modernizar as forças armadas e compensar os desafios econômicos e as sanções impulsiona o governo a adotar uma postura agressiva na alocação de recursos. Essa combinação estratégica reflete, assim, a visão de segurança e poder, onde o fortalecimento militar torna-se tanto uma resposta à instabilidade internacional quanto um instrumento de política interna de consolidação do poder estatal.

O robusto aumento dos gastos militares da Rússia tem imposto um efeito de aperto e de mobilização entre os países vizinhos, principalmente os do Leste Europeu e os Estados bálticos. Esse cenário tem contribuído para um ambiente regional marcado por:

1.     Ampliação dos Orçamentos de Defesa: Países como Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia passaram a redirecionar recursos para o setor militar, com o intuito de modernizar suas forças e melhorar a interoperabilidade com a OTAN. A percepção de um risco iminente — no caso de um possível reposicionamento da Rússia após o conflito na Ucrânia, por exemplo — tem levado esses países a aumentar a porcentagem do PIB destinada à defesa, criando um ciclo de investimentos que visa reduzir a vulnerabilidade a possíveis agressões .

2.     Intensificação do Dilema da Segurança: O fortalecimento do aparato militar russo, demonstrado por um aumento consistente dos gastos, contribui para a chamada "corrida armamentista" na região. Isso gera uma reação em cadeia: à medida que a Rússia investe pesado, seus vizinhos se veem compelidos a retribuir, elevando seus próprios orçamentos e modernizando seus equipamentos. Esse mecanismo, conhecido como dilema da segurança, intensifica a desconfiança e a tensão, dificultando a construção de uma paz duradoura na região 2.

3.     Reforço de Alianças e Integração Regional: Em face da aparente postura expansionista ou agressiva, os países vizinhos têm se aproximado ainda mais das estruturas de defesa coletiva, como a OTAN. Essa integração não só oferece um dispositivo de segurança psicológica, mas também possibilita o compartilhamento de tecnologias e estratégias de defesa, reforçando a capacidade dos países de resistir a possíveis intervenções ou manobras balcânicas por parte de Moscou.

4.     Impactos Políticos e Econômicos: Paralelamente aos reajustes militares, o aumento dos gastos em defesa pode gerar efeitos colaterais na política interna e na economia dos países vizinhos. O redirecionamento de recursos para o setor de segurança, em detrimento de investimentos sociais e infraestrutura, pode afetar o bem-estar interno e intensificar debates sobre prioridades orçamentárias. Além disso, a tensão militar pode ser explorada politicamente, alimentando narrativas nacionalistas e polarizadas tanto internamente quanto nas relações internacionais.

Em síntese, os elevados gastos militares da Rússia atuam como um catalisador na região, forçando seus vizinhos a adotarem posturas mais defensivas e a investirem em suas capacidades militares como forma de dissuasão. Essa dinâmica intensifica um ambiente de insegurança e instabilidade, onde a necessidade de atualização e modernização dos sistemas de defesa se torna imperativa para salvaguardar a integridade territorial e a soberania dos Estados vizinhos.

Gostaria de explorar como esse aumento na tensão regional tem influenciado a política interna desses países ou como a cooperação internacional pode ajudar a mitigar esses efeitos?

Como a Polônia tem respondido aos gastos militares russos?Qual é a posição da OTAN sobre os gastos militares da Rússia?Que efeitos econômicos os gastos militares têm sobre os vizinhos da Rússia?

Quais as semelhanças e diferenças entre Estaline, Hitler Putin?

Semelhanças

·       Repressão interna e culto ao legado soviético: para Laurence Rees, a semelhança mais óbvia de Putin está com Stalin — ambos exploram o passado soviético para legitimar purgas e censura doméstica.

·       Narrativas revisionistas de fronteiras: Hitler e Putin recorrem a retórica histórica para justificar anexações (Anschluss em 1938 e invasão da Ucrânia em 2022) e mobilizar apoio interno.

·       Uso do ressentimento nacional como força motriz: a “forma mental” de Hitler e de Putin — fundamentada no ressentimento pelas humilhações históricas (Tratado de Versalhes para um, colapso da URSS para o outro) — orienta ambições expansionistas e militaristas.

·       Culto de personalidade e propaganda de massa: todos os três construíram imagens de líderes infalíveis, controlando partidos, secretas e meios de comunicação para projetar-se como salvadores da nação.

Diferenças

·       Ideologia central: • Estaline: comunismo de Estado baseado em planejamento central e coletivização forçada. • Hitler: nacional-socialismo de base racial, antissemitismo e eugenia. • Putin: autoritarismo conservador-capitalista, mistura de nacionalismo russo com pragmatismo de mercado.

·       Mecanismos de terror: • Stalin: expurgos em massa, GULAG e fome forçada (Holodomor incluído). • Hitler: Einsatzgruppen, SS e campos de extermínio para genocídio sistemático. • Putin: leis antissindicais, controle judiciário, assassinatos seletivos de opositores e uso estratégico de prisões políticas.

·       Escala e alvo da violência: • Stalin matou milhões sobretudo dentro das fronteiras soviéticas. • Hitler orquestrou uma guerra total e o extermínio industrializado de grupos inteiros. • Putin foca hoje em repressão política interna e guerra convencional em territórios vizinhos.

·       Contexto histórico e tecnológico: • Estaline atuou no pós-revolução russa e na modernização industrial até a Guerra Fria. • Hitler emergiu da crise de Weimar e usou cinema, rádio e pasquins de massa. • Putin governa na era digital, refinando técnicas de microtargeting em redes sociais e “guerra híbrida”.

Como cada líder moldou a cultura popular?

Segue um panorama de como cada um desses líderes instrumentalizou arte, mídia e símbolos para criar um imaginário de massa:

1.     Josef Stalin (URSS, 1924–1953) • Culto da personalidade e “realismo socialista” – Impôs um único estilo artístico: pintura, escultura e literatura deveriam exaltar o proletariado, a industrialização e, claro, o próprio Stalin como “pai dos povos”. – Grandes monumentos, estátuas e retratos de Stalin em praças e fábricas tornavam-no presença constante no cotidiano. • Cinema e música de Estado – Filmes como “Chapaev” (1934) e óperas com trilhas heroicas reforçavam mitos de bravura soviética. – Canções de massa — propagandistas distribuíam folhetos com letras patrióticas para corais de fábrica e encontros de juventude. • Festas oficiais e desfiles – Desfiles militares na Praça Vermelha, celebrações do Dia da Revolução e “dias do herói” criavam ritos de passagem coletivos em torno da ideologia bolchevique.

2.     Adolf Hitler (Alemanha Nazi, 1933–1945) • Arquitetura monumental e estética “clássica” – Sob Albert Speer, Berlim e Nuremberg ganharam palcos para espetáculos de massa: colunas e arcos evocavam a grandeza do Império Romano. – O Estádio de Nuremberg (1936) e o Volksgemeinschaft (comunidade do povo) ampliavam o sentimento de pertencimento racial. • Cinema, rádio e espetáculos de massa – Leni Riefenstahl elevou o documentário de propaganda a obra-de-arte em “Triumph des Willens” (1934) e “Olympia” (1938). – O Volksempfänger (rádio de baixo custo) espalhou discursos de Hitler e músicas patrióticas por todo o Reich. • Censura e “arte degenerada” – Pintores expressionistas, cubistas e judeus foram interditados: exposições itinerantes ridicularizavam as obras, enquanto museus oficiais exaltavam a “arte ariana”.

3.     Vladimir Putin (Rússia, 2000– ) • Revitalização do orgulho soviético e ortodoxo – Filmes de guerra e séries históricas (ex.: “T-34”, 2018) recriam feitos heroicos do Exército Vermelho, mesclando nostalgia patriótica com tecnologia de ponta. – A Igreja Ortodoxa ganha espaço em museus, cerimônias estatais e videoclipes oficiais, reforçando a “Rússia milenar”. • Controle dos meios e digitalização da propaganda – Canais de TV estatais (Rossiya-1, Channel One) dominam a pauta cultural: entrevistas, shows musicais e “realities” elogiam a liderança. – Nas redes, trolls e bots impulsionam hashtags patrióticas; campanhas de microtargeting reciclarem símbolos soviéticos para audiências jovens. • Festas nacionais e monumentos renovados – Desfiles do Dia da Vitória (9 de maio) tornaram-se espetáculos multimídia, com drones, fogos e reconstituições ao vivo. – Restaurar praças, mosaicos e esculturas de Khrushchev e Brejnev ajuda a ligar o presente de Putin ao legado soviético.

Quais as semelhanças e diferenças entre Estaline, Hitler e Putin?

Semelhanças

·       Repressão interna e culto ao legado soviético: para Laurence Rees, a semelhança mais óbvia de Putin está com Stalin — ambos exploram o passado soviético para legitimar purgas e censura doméstica.

·       Narrativas revisionistas de fronteiras: Hitler e Putin recorrem a retórica histórica para justificar anexações (Anschluss em 1938 e invasão da Ucrânia em 2022) e mobilizar apoio interno.

·       Uso do ressentimento nacional como força motriz: a “forma mental” de Hitler e de Putin — fundamentada no ressentimento pelas humilhações históricas (Tratado de Versalhes para um, colapso da URSS para o outro) — orienta ambições expansionistas e militaristas.

·       Culto de personalidade e propaganda de massa: todos os três construíram imagens de líderes infalíveis, controlando partidos, secretas e meios de comunicação para projetar-se como salvadores da nação.

Diferenças

·       Ideologia central: • Estaline: comunismo de Estado baseado em planejamento central e coletivização forçada. • Hitler: nacional-socialismo de base racial, antissemitismo e eugenia. • Putin: autoritarismo conservador-capitalista, mistura de nacionalismo russo com pragmatismo de mercado.

·       Mecanismos de terror: • Stalin: expurgos em massa, GULAG e fome forçada (Holodomor incluído). • Hitler: Einsatzgruppen, SS e campos de extermínio para genocídio sistemático. • Putin: leis antissindicais, controle judiciário, assassinatos seletivos de opositores e uso estratégico de prisões políticas.

·       Escala e alvo da violência: • Stalin matou milhões sobretudo dentro das fronteiras soviéticas. • Hitler orquestrou uma guerra total e o extermínio industrializado de grupos inteiros. • Putin foca hoje em repressão política interna e guerra convencional em territórios vizinhos.

·       Contexto histórico e tecnológico: • Estaline atuou no pós-revolução russa e na modernização industrial até a Guerra Fria. • Hitler emergiu da crise de Weimar e usou cinema, rádio e pasquins de massa. • Putin governa na era digital, refinando técnicas de microtargeting em redes sociais e “guerra híbrida”.

Como cada um moldou a cultura popular — do realismo socialista aos filmes de Leni Riefenstahl e, hoje, aos documentários oficiais do Kremlin — ou ainda mapear a evolução das técnicas de propaganda autoritária até a era das “deepfakes”.

Como cada líder moldou a cultura popular?

Segue um panorama de como cada um desses líderes instrumentalizou arte, mídia e símbolos para criar um imaginário de massa:

1.     Josef Stalin (URSS, 1924–1953) • Culto da personalidade e “realismo socialista” – Impôs um único estilo artístico: pintura, escultura e literatura deveriam exaltar o proletariado, a industrialização e, claro, o próprio Stalin como “pai dos povos”. – Grandes monumentos, estátuas e retratos de Stalin em praças e fábricas tornavam-no presença constante no cotidiano. • Cinema e música de Estado – Filmes como “Chapaev” (1934) e óperas com trilhas heroicas reforçavam mitos de bravura soviética. – Canções de massa — propagandistas distribuíam folhetos com letras patrióticas para corais de fábrica e encontros de juventude. • Festas oficiais e desfiles – Desfiles militares na Praça Vermelha, celebrações do Dia da Revolução e “dias do herói” criavam ritos de passagem coletivos em torno da ideologia bolchevique.

2.     Adolf Hitler (Alemanha Nazi, 1933–1945) • Arquitetura monumental e estética “clássica” – Sob Albert Speer, Berlim e Nuremberg ganharam palcos para espetáculos de massa: colunas e arcos evocavam a grandeza do Império Romano. – O Estádio de Nuremberg (1936) e o Volksgemeinschaft (comunidade do povo) ampliavam o sentimento de pertencimento racial. • Cinema, rádio e espetáculos de massa – Leni Riefenstahl elevou o documentário de propaganda a obra-de-arte em “Triumph des Willens” (1934) e “Olympia” (1938). – O Volksempfänger (rádio de baixo custo) espalhou discursos de Hitler e músicas patrióticas por todo o Reich. • Censura e “arte degenerada” – Pintores expressionistas, cubistas e judeus foram interditados: exposições itinerantes ridicularizavam as obras, enquanto museus oficiais exaltavam a “arte ariana”.

3.     Vladimir Putin (Rússia, 2000– ) • Revitalização do orgulho soviético e ortodoxo – Filmes de guerra e séries históricas (ex.: “T-34”, 2018) recriam feitos heroicos do Exército Vermelho, mesclando nostalgia patriótica com tecnologia de ponta. – A Igreja Ortodoxa ganha espaço em museus, cerimônias estatais e videoclipes oficiais, reforçando a “Rússia milenar”. • Controle dos meios e digitalização da propaganda – Canais de TV estatais (Rossiya-1, Channel One) dominam a pauta cultural: entrevistas, shows musicais e “realities” elogiam a liderança. – Nas redes, trolls e bots impulsionam hashtags patrióticas; campanhas de microtargeting reciclarem símbolos soviéticos para audiências jovens. • Festas nacionais e monumentos renovados – Desfiles do Dia da Vitória (9 de maio) tornaram-se espetáculos multimídia, com drones, fogos e reconstituições ao vivo. – Restaurar praças, mosaicos e esculturas de Khrushchev e Brejnev ajuda a ligar o presente de Putin ao legado soviético.

Com o imperialismo militarista de Putin, a Rússia poderá voltar a ser grande, mas com custos globais enormes, com benefícios de poucos e o sacrifício de muitos, em todo o mundo, sem exceção: a poluição, destruição do ambiente, corrida aos armamentos, redução de alimentos e inflação causam mortos de fome e doenças que afetam todo o mundo. 

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